Notícias

 | 06/02/2008 16h32min

Discussão sobre cartões corporativos marca volta das atividades no Congresso

Tanto parlamentares da oposição quanto aliados se mostram favoráveis à criação de CPI

O Congresso Nacional reabre as atividades legislativas em meio à polêmica sobre a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar o uso de cartões corporativos. Os partidos de oposição seguem com a intenção de coletar número de assinaturas necessário para sua criação. O líder do DEM na Câmara dos Deputados, Onyx Lorenzoni (RS), disse que começa nesta quarta-feira a coletar assinaturas para uma CPI mista. São necessárias 171 na Câmara e 27 no Senado. Ele garantiu que a investigação será feita "de qualquer jeito".

— Aqui na Câmara, da nossa bancada de 58 deputados, dá para coletar 50 assinaturas — afirmou: — Caso na Câmara a oposição não consiga as assinaturas suficientes, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) disse que vai coletar assinaturas no Senado. De preferência, queremos uma CPI mista, mas se não for possível, vamos fazê-la no Senado.

A intenção de criar a CPI dos cartões corporativos é compartilhada pelo líder do PSDB na Câmara, Antônio Carlos Pannunzio (SP). Ele disse que PSDB e DEM devem se reunir ainda hoje para discutir a coleta de assinaturas:

— Um dos papéis que competem ao Congresso é o de fiscalizar os atos do Executivo. Quando, comprovadamente, o Executivo vem gastando montanhas de recursos com os cartões ano após ano, gastos crescentes, em quantidades crescentes e com descontrole total sobre o tipo de gasto, é absolutamente necessário que se faça uma CPI que investigue e se indiquem providências que devem ser tomadas para não termos a continuação desse mau uso do cartão.

Mesmo parlamentares da base do governo se mostram favoráveis. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que não se opõe à criação de uma comissão para investigar o caso:

— Analisei que houve abuso de procedimento e me surpreendi. Pelo que entendi, o cartão foi criado para gastos de emergência, de maneira módica e adequada. Gastos que não estejam sendo justificados como atos inerentes à atividade me parece inadequado.

Segundo o líder do PSB no Senado, Renato Casagrande (ES), a situação do governo "é grave", mas é preciso que sejam adotadas medidas preventivas quanto ao uso dos cartões. Para ele, a CPI não é o melhor caminho, por "tornar a questão política". O parlamentar entende que o governo deve "adotar todas as medidas preventivas". Segundo Casagrande, o sigilo nos gastos do governo deve ser "mais bem justificado".

O corregedor-geral do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP), também defendeu o melhor uso das chamadas "verbas secretas":

— Tem de definir o que é verba secreta e quem vai fiscalizar. Se o governo proíbe a publicação do uso dessas verbas, endossa a criação da CPI — ponderou.

AGÊNCIA BRASIL
 
SHOPPING
  • Sem registros
Compare ofertas de produtos na Internet

Grupo RBS  Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2010 clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.