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 | 07/01/2008 16h45min

Feijão atinge a maior alta na cesta básica em 2007

Levantamento faz parte da pesquisa de preços realizada pelo Dieese em 16 capitais brasileiras

Todas as 16 capitais onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realiza, mensalmente, a Pesquisa Nacional da Cesta Básica registraram forte alta no custo dos produtos alimentícios essenciais em 2007.

Elevações extraordinárias foram apuradas no preço do feijão, com alta superior a 100,0%, nas 10 capitais onde é pesquisado o produto da variedade cores. Os destaques foram Natal (222,84%), Fortaleza (214,25%) e Goiânia (199,04%). Nas localidades onde é acompanhado o preço do feijão preto, os aumentos, ainda que expressivos, foram menos intensos, situando-se entre 41,09%, no Rio de Janeiro e 66,02%, em Vitória. O fator climático foi o responsável por este comportamento, pois a terceira safra, colhida normalmente por volta de julho/agosto, foi praticamente perdida devido à forte seca. A principal safra do feijão é semeada em setembro, para ser colhida entre dezembro e fevereiro, conforme a região. Como a estiagem prolongou-se até os últimos dias de outubro, a colheita pode atrasar cerca de dois meses. A partir desta colheita, porém o preço deve cair uma vez que os altos preços incentivaram o crescimento do plantio.

A carne bovina, item de maior peso na cesta básica, registrou altas que variaram entre 12,11%, em João Pessoa, a 36,64%, em Belém. Além da seca que prolongou o período da entressafra, também a crescente demanda internacional e as festas de final de ano contribuíram para o produto ter terminado o ano em elevação. Com a normalização das chuvas, os pastos estão recuperados e a oferta para abate deve aumentar, contribuindo com a redução dos preços.
 
O leite que chegou a registrar aumentos de 30,06%, em Curitiba e 37,16%, em Salvador, apresentou a menor variação em Florianópolis (7,08%). Este item tem os mesmos períodos de safra e entressafra que a pecuária de corte. A forte alta concentrou-se no começo do segundo semestre do ano e já começou a haver queda, que deve acentuar-se à medida que se aproxima o pico da produção.

O preço do café cresceu em 2007, em todas as localidades pesquisadas. A forte seca também afetou a produção, pois as floradas irregulares prejudicaram a safra. Os maiores aumentos ocorreram em Fortaleza (28,21%) e Porto Alegre (24,04%) e o menor verificou-se em João Pessoa (1,66%).

O óleo de soja subiu 46,59%, em Fortaleza e 37,91%, em Goiânia, capitais onde o aumento foi mais significativo. As menores variações ocorreram em Salvador (5,09%) e Aracaju (5,44%). Os preços deste item vêm subindo mês a mês, como conseqüência do preço da soja no mercado internacional e da forte demanda da China.

O aumento no preço do pão verificou-se em 14 capitais, com destaque para Salvador (24,30%) e Natal (22,08%). Houve recuo em Florianópolis (-1,26%) e Belo Horizonte (-1,72%). O trigo, matéria-prima para a feitura do pão, teve quebra de produção, este ano, tornando necessário o aumento da importação. Como a comercialização está se normalizando, os preços devem se estabilizar. A análise aplica-se também à farinha de trigo, cujo preço é acompanhado em nove cidades do Centro-Sul do país e teve alta em todas as localidades, com destaque para Goiânia (30,14%) e Brasília (27,71%). O menor aumento foi verificado em Florianópolis (5,32%).

Também pesquisada nas nove cidades do Centro-Sul, a batata apresentou altas que variaram de 41,18%, em Porto Alegre, a 97,67% em Belo Horizonte. Seu preço, porém, começou a recuar e em dezembro somente uma cidade registrou alta.

O tomate foi o produto que mais influenciou para frear a disparada do custo da cesta básica, registrando retração nas 16 capitais, com variações entre -2,69%, em Belém, e -34,42%, em Salvador. Produto com preço sempre sujeito a oscilações, registrou movimento altista ao longo do ano e recuo nos últimos meses. No entanto, seu preço médio no último mês, é inferior ao registrado em dezembro tanto de 2005, quanto de 2006.

O açúcar, cuja produção ganhou impulso com o aumento do plantio da cana, determinado pela crescente necessidade de álcool combustível, registrou, em 2007, queda no seu preço entre -13,38%, em Vitória, e -40,17%, em Goiânia. A colheita da safra está praticamente concluída.

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