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Acordo com FMI está cada vez mais longe

Governo diz que Fundo quer reforma política, e insituição tem dúvidas sobre recuperação do país

A possibilidade de um acordo do governo argentino com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para resgatar o país da pior crise econômica de sua história está cada vez mais longe. Prova disso são as declarações de membros do governo que expressam o descontamento com as exigências do órgão.

Nesta quarta-feira, 4 de setembro, o chefe de Gabinete de Ministros, Alfredo Atanasof, explicitou um ponto concreto de conflito com o Fundo. Segundo ele, a instituição não quer somente uma reforma econômica, mas sim política.

– O Fundo Monetário Internacional (FMI) está exigindo um acordo político – disse Atanasof em entrevista coletiva.

Ele não especificou, no entanto, ao que se referia exatamente, mas vários analistas garantem que o FMI está preocupado pela falta de consenso entre os principais políticos argentinos. O órgão tem dúvidas sobre o cumprimento, no futuro, de compromissos que o país venha assumir agora para conseguir um acordo financeiro.

Atanasof descartou que o governo argentino impulsione um acordo desse tipo, justamente quando há uma delegação do FMI em Buenos Aires para discutir com o governo os termos de uma carta de intenção.

O chefe do Gabinete de ministros da Argentina garantiu que o governo já cumpriu com todos os requisitos impostos pelo organismo internacional, como reformas de várias leis e compromisso das províncias deficitárias de reduzir os desequilíbrios fiscais.

Por outro lado, o FMI já deu indícios de que as negociações com a Argentina não estão indo bem. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Paul O'Neill, reafirmou essa impressão nesta quarta-feira. O'Neill disse que o programa econômico apresentado por Buenos Aires ao organismo não ajudará a reativar a economia do país.

As disputas entre os políticos argentinos, diante das eleições presidenciais de março, e um clima rarefeito entre o governo e a Corte Suprema espantaram o FMI, que ressaltou que a falta de consenso no país sobre como reativar a economia dificulta qualquer acordo financeiro.

O FMI expressou publicamente sua preocupação pelas divergências na classe política argentina na semana passada quando um de seus porta-vozes disse que as negociações com a Argentina estão em uma situação "muito, muito difícil, não há consenso político sobre como avançar''.

Na avaliação de O'Neill, o esboço da carta de intenção que o ministro da Economia, Roberto Lavagna, enviou recentemente a Washington – na qual se compromete a aplicar reformas no sistema financeiro e a evitar uma emissão monetária indiscriminada – não é o adequado.

 
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