| 02/10/2010 13h10min
Até o fim da noite deste domingo a maioria da população brasileira saberá os resultados das eleições gerais de 2010. No Rio Grande do Sul, a estimativa é que os nomes dos eleitos possam ser divulgados, com a totalização da contagem de votos, até as 23h. Durante o período de campanha dos candidatos, algumas polêmicas ocorreram. Confira na opinião de colunistas do grupo RBS qual foi a principal controvérsia das eleições.
Comentário de André Machado
Há uma polêmica que literalmente esteve nas ruas nestas eleições: o avanço da propaganda eleitoral nos espaços públicos. Não houve rótula, canteiro ou cruzamento movimentado na Capital que tenha escapado dos cavaletes para divulgar as candidaturas, principalmente as proporcionais. Os excessos foram tantos que nos últimos dias centenas de peças eram recolhidas diariamente por desrespeito às regras e por atrapalhar o trânsito.
Um sistema eleitoral como o nosso – onde se vota em um candidato e não em um partido – estimula esta competição.
A briga por um maior volume de exposição envolve também uma busca por mais financiamento. E privado. A partir daí inicia-se uma cadeia de compromissos que pode comprometer mandatos. E são claras as candidaturas que desequilibram pelo poder econômico as disputas dentro das siglas.
No quadro atual isto não mudará. A poluição visual apenas muda de endereço. Antes eram os muros, depois os postes e agora os canteiros. É preciso entrar em um outro tema polêmico para termos eleições limpas ao pé da letra. O Brasil precisa de uma reforma política que nos garanta menos e melhores partidos e um financiamento mais claro para as eleições. E isto só virá com a implantação do voto em lista ou do voto distrital. Campanhas mais baratas agredirão menos o eleitor.
Comentário de Fernanda Zaffari
Em tempos de tuitadas de míseros caracteres, vou me adaptar às plataformas atuais sendo breve. Minha bandeira é: pelo fim da propaganda eleitoral que invade a vida do eleitor sem lhe dar escolha.
Ou seja, nada de carro de som berrando perto do trabalho ou da casa do coitado do contribuinte, invadindo seu silêncio. E mais, nada de ligações telefônicas com gravações de candidatos pedindo voto. Político tem que cativar e não chatear potenciais eleitores.
Comentário de Carolina Bahia
Muro da discórdia
Ao cunhar a expressão "imparcialidade ativa", José Fogaça inaugurou uma das maiores celeumas da disputa pelo Piratini. Mergulhados em um eterno Gre-Nal, ao longo da história os gaúchos têm sido inclementes com aqueles que não têm lado. Germano Rigotto, que sequer chegou ao segundo turno na luta pela reeleição em 2006, sentiu nas urnas a aversão dos gaúchos à neutralidade. Com uma disputa polarizada à Presidência, permanecer em cima do muro soa como vocação ao suicídio.
Enquanto Lula e sua popularidade impulsionaram a candidatura de Dilma Rousseff, o tucano José Serra se fortalecia no tradicional anti-petismo e no engajamento de um PMDB rachado. Aliás, foi a divisão do próprio partido que encorajou Fogaça a negar palanque ao PT ou ao PSDB. Além do Mampituba, ocorreu o inverso. Peemedebistas que aderiam à candidatura Dilma pelo país, como o ex-ministro Geddel Vieira Lima, postulante ao governo da Bahia, tentavam se beneficiar do palanque duplo. O tempo provou que Dilma e Lula privilegiaram o correligionário Jacques Wagner, abandonando Geddel à própria sorte. Fogaça, então, deu um golpe de mestre ao manter distância respeitosa dos dois presidenciáveis?
Sem um presidenciável para aderir, o peemedebista assistiu impassível seu principal adversário se distanciar nas pesquisas, beneficiado pela onda que catapultou Dilma ao favoritismo na corrida pelo Planalto. A postura vacilante de Fogaça, somada a erros de estratégia do comando de campanha, impôs ao peemedebista a incômoda situação de torcer por um eventual segundo turno para tentar chegar ao Piratini.
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