Notícias

 | 03/10/2010 04h10min

Eleitores optam por ser mesários e colaborar com um dia decisivo para a sociedade

Conheça pessoas que gostam de trabalhar nas eleições e até atuam como voluntários

Tatiana Lopes  |  tatiana.lopes@rbsonline.com.br

Tem gente que recebe a convocação para ser mesário nas eleições e faz cara feia. Mas há os que gostam e até pedem para ser voluntários. É o caso de Guilherme Possobon, 27 anos, de Porto Alegre, e Silton Sommer, 34 anos, de São Luiz Gonzaga, mas morador de Porto Alegre desde 1986. Mesmo sem ser convocado para colaborar com o pleito, o voluntário pode fazer pedido para ser mesário nos cartórios eleitorais ou por meio do site do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Basta ser maior de 18 anos.

Possobon lembra que na primeira vez que foi chamado para ser mesário, em 2004, não ficou contente. Mas depois que conheceu como funcionava o trabalho, acabou se adaptando e gostando.

— Na primeira vez eu não gostei de ser chamado. Porém, depois deste primeiro dia, achei interessante. Além de não  ser nada trabalhoso, é um dia diferente na rotina. É até divertido — confessou o publicitário. — Depois da primeira vez,  tem a possibilidade de pedir pra não ser mais mesário, mas eu digo sempre que tudo bem eu trabalhar na próxima — completou.

Sommer foi mais além. Na eleição passada, em 2008, para prefeitos e vereadores, ele se inscreveu para ser mesário e, agora em outubro de 2010, terá sua segunda oportunidade de trabalhar nas eleições.

— Como na primeira optei voluntariamente, nessa segunda a indicação já foi automática. Me inscrevi porque acho legal a participação em eventos de apelo nacional, onde temos uma movimentação de todos em função de um objetivo. E como, via de regra, ficamos "impossibilitados" de viajar e/ou aproveitar todo o dia, uma vez que temos de participar votando junto às seções eleitorais, por que não participar ajudando também? — argumentou.

De acordo com a Justiça, quem trabalha como mesário tem direito a dois dias de folga no trabalho para cada dia envolvido no pleito. Possobon não tira vantagem disso, pois prefere seguir trabalhando na agência de publicidade.  Sommer segue a mesma linha de pensamento, não dando tanta importância às folgas.

— Uma razão interessante a se acrescentar é a possibilidade de rever antigos conhecidos/amigos do bairro/região de votação, que em função do dia a dia atribulado de cada um, acabamos ficando cada vez mais distanciados. E, claro, a possibilidade de poder usufruir de um período de folgas ajudam a manter a decisão, mas não é a fundamental — disse Sommer.

— Na seção, a atividade é tranquila, e quando alivia o movimento é possível até descontrair com os companheiros de  mesa, que acabam se tornando amigos. Fazemos um rápido intervalo de almoço em horários revezados. Alguém sempre leva uma térmica de café. É possível fazer amizades sim. Na minha seção são as  mesmas pessoas desde que comecei e conversamos bastante durante o dia, quando baixa o movimento de eleitores — completou Possobon .

Possobon nunca presenciou situações complicadas em sua seção, apenas teve que resolver problemas mais fáceis de  serem solucionados.

— Algumas vezes acontece de a pessoa não ter documentos e insistir para votar. Mas pedimos que retornem com o necessário e acaba se resolvendo. Situações engraçadas eu não lembro de nada específico também. Apenas uma ou  outra piadinha de pessoas criticando candidatos de outros partidos, ou algo assim — disse.

Por sua vez, Silton cita cenas que costuma presenciar em sua seção, principalmente nos primeiros horários de votação, logo pela manhã de domingo.

— Situações engraçadas como pessoas que vêm direto de balada da noite anterior, inclusive com roupas de festa — comentou ele, que também lembrou de situações sociais das quais já teve que participar.

— Como minha seção está localizada no segundo andar de uma escola estadual, ocorrem situações diferentes, como conduzir eleitores cadeirantes via escadaria de maneira a que não deixem de exercer seu direito de votação — destacou.

Para estas eleições de outubro, para presidente, governador, senador e deputados federais, estaduais ou distritais, o TRE convocou 105 mil mesários no Estado, sendo 12 mil em Porto Alegre.  Em cada seção de votação são necessários quatro mesários.

ZEROHORA.COM
 

Grupo RBS  Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2010 clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.