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Eleições  | 15/09/2010 10h57min

Polícia Federal investiga selo falso usado para quebra de sigilo

PF acredita que essa fraude pode levar à raiz do escândalo que abala a Receita

A Polícia Federal retirou na terça-feira cópia integral do inquérito instaurado pelo 4º Distrito Policial de São Paulo para apurar a falsificação de um selo atribuído ao 16º Tabelião de Notas. A apuração interessa à PF, pois o mesmo selo e carimbos falsos serviram para que falsários forjassem a procuração usada para violar o sigilo fiscal de Verônica Serra, filha de José Serra (PSDB).

A PF acredita que essa fraude pode levar à raiz do escândalo que abala a Receita e está no centro da corrida presidencial. O inquérito 182/10 foi aberto em 10 de março, depois que um escrevente do 16º Tabelião flagrou sinais de adulteração em um selo de reconhecimento de firma. Ele questionou o office boy Wilson Roberto da Conceição, que dava entrada em pedido de xerox autenticada da solicitação de CNPJ da AWF Comercial, sobre quem havia pedido o serviço. Conceição disse que trabalhava para Vectra Contabilidade.

Todos os elementos de fraude presentes na procuração forjada em nome de Verônica aparecem no documento da AWF. Pelo número de série, sabe-se que o mesmo selo foi utilizado nos dois casos — como são produzidos em escala sequencial, é impossível que existam dois iguais. O sobrenome do tabelião está errado e a assinatura dele não confere. O dono da Vectra, Jorge Corregiari, afirmou que o documento fora entregue a ele por seu cliente, Valmir Lebre, dono da AWF, já com firma reconhecida. Lebre, por sua vez, disse que estava na Poupatempo da Sé quando pediu a um desconhecido que reconhecesse firma.

Sem pistas que levassem ao falsário, o inquérito acabou arquivado em maio pela Justiça.

Personagem novo

O contador Antonio Carlos Atella, envolvido na violação do sigilo fiscal de Verônica Serra e Alexandre Bourgeois, apontou novo personagem na trama: Arão Queiroz. Ex-detento — cumpriu pena de três anos por estelionato —, Queiroz trabalha nas cercanias da Junta Comercial, oferecendo serviços de despachante.

Atella disse que ele teria participação no episódio. Queiroz admitiu que conhece Atella e Ademir Cabral, contador e office boy que também está sob suspeita. Disse que já "fez serviços" para ambos, mas negou ter falsificado as procurações em nome de Verônica e de Alexandre, que hoje serão ouvidos pela Polícia Federal.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Agência Estado
 

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