Eleições | 12/09/2010 23h09min
No primeiro encontro desde que vieram a público as suspeitas de quebra de sigilo de tucanos e de lobby por parte do filho da ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, os dois candidatos à Presidência mais bem posicionados nas pesquisas fizeram um confronto tenso no debate da Rede TV! e Folha de S.Paulo.
No primeiro bloco, o confronto mais esperado da noite, entre José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), acabou evitado — pelas regras do encontro e por habilidade dos candidatos.
Ao lado da petista e do tucano, estavam também Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL). O encontro começou com a mesma pergunta para todos os candidatos — em síntese, virtudes e defeitos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) —, e o que o postulante tentaria fazer diferente no poder. Dilma destacou a redução da pobreza e disse haver ainda muito por fazer. Plínio criticou o Bolsa-Família:
— O Bolsa-Família é para hoje. Esse programa só resolve para hoje, mas pode ser desfeito amanhã.
Serra disse que o maior sucesso foi "não atirar pela janela tudo o que foi feito no governo anterior", referindo-se à gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Para atingir Dilma, o tucano acusações de desvios éticos e ilegalidades ligadas ao Planalto, como o mensalão e o dossiê dos aloprados — estratégia que repetiria no segundo bloco, quando o confronto direto ocorreu pela primeira vez. Em outra oportunidade, lembrou do escândalo da Receita:
— No momento em que quebraram o sigilo de minha filha, deveria agradecer ao PT e à campanha da Dilma?
Perguntada se colocaria a "mão no fogo" por Erenice, Dilma afirmou que o governo deve apurar de forma rigorosa e avaliar se houve ou não tráfico de influência no caso. Mas até agora, ressaltou, existe apenas "uma acusação".
Manifestações de Dilma e Serra fizeram com que os organizadores do debate concedessem direito de resposta de um minuto, para um e para outro. No caso da petista, ela utilizou o espaço respondendo a acusações de envolvimento de sua campanha com a quebra de sigilos na Receita.
— Ele quer virar a mesa da democracia. Eu não vou passar à história como caluniadora dessa eleição. O candidato Serra entrará — disse.
O tucano atacou as relações estabelecidas entre o Itamaraty e o governo do Irã, de Mahmoud Ahmadinejad. Diante da resposta de Dilma, que qualificou como evasiva, Serra aludiu o direito de resposta da petista:
— Sabem que não sou caluniador, minha vida todo mundo conhece. No seu caso, não dá para dizer se é caluniadora ou se é evasiva. Evasiva está praticamente respondido, por isso não vai a debates.
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