Eleições | 14/09/2010 19h59min
A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, afirmou nesta terça-feira que não se sente atingida pelas denúncias contra a ministra Erenice Guerra, que a sucedeu na Casa Civil e era seu braço direito no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além de defender a ministra, Dilma chamou de "factoides" as acusações e declarou que se trata de mais uma tentativa da oposição de ganhar as eleições "no tapetão". Ela participou de evento no Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), em Brasília.
Dilma usou os mesmos argumentos — "factoide" e "tapetão" — para se defender do primeiro grande escândalo que afetou sua campanha, a violação de sigilos fiscais na Receita Federal, que atingiu Verônica Serra, filha de seu adversário José Serra (PSDB), e outros tucanos ligados à cúpula do partido.
– Tenho sido objeto de acusações sistemáticas desde que comecei a subir nas pesquisas, acusações de toda ordem que querem ligar minha campanha a fatos que não têm nada a ver com ela" – afirmou.
A petista também saiu em defesa de Erenice, que trabalhou com ela no Ministério de Minas e Energia e, depois, transformou-se em sua principal auxiliar quando assumiu a Casa Civil, em 2005. Reafirmando a inocência de sua ex-auxiliar, disse que não embarcará numa trajetória que "transforma as pessoas em párias antes do julgamento".
– Erenice tem experiência, capacidade e compromisso comigo.
No entanto, se furtou às perguntas sobre a participação de Erenice em seu ministério, caso vença as eleições. Dilma afirmou que não coloca o carro na frente dos bois e que seria pretensiosa se falasse em ministério antes do resultado do pleito. Nos bastidores, o nome de Erenice despontava como eventual chefe de gabinete de Dilma - cargo atualmente ocupado por Gilberto Carvalho no governo Lula.
Dilma voltou a defender que todas as acusações sejam apuradas. Ela lembrou que o governo já tomou providências e que a própria Erenice colocou seus sigilos bancário, fiscal e telefônico à disposição da Comissão de êtica Pública e da Polícia Federal (PF). Também observou que a Controladoria-Geral da União (CGU) fará uma sindicância em todos os contratos dos Correios.
Sem citar o nome de Serra, ela aproveitou para mandar um recado indireto ao tucano. Segundo Dilma, quem investe em campanhas "desse nível, perde o respeito com o povo depois das eleições".
– Perde toda uma trajetória dignamente construída ao longo dos anos. O povo é implacável com quem acusa sem provas – rebateu.
Serra afirmou que a Casa Civil, principal órgão auxiliar da Presidência da República, transformou-se numa "central de maracutaias" no governo Lula. Erenice e seu filho, Israel Guerra, foram acusados de fazer lobby para que uma empresa de transporte de cargas renovasse o contrato com os Correios, no valor de R$ 84 milhões.
Dilma Rousseff concedeu entrevista coletiva nesta terça-feira
Foto:
Roberto Stuckert Filho
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Divulgação
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