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 | 14/03/2010 23h31min

PMDB decide se haverá prévias em Santa Catarina nesta segunda-feira

Governador deve renovar o pedido de entendimento entre Dário e Pinho

Upiara Boschi  |  upiara.boschi@diario.com.br

Com direito à presença do governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB), que estava em viagem ao Exterior, o diretório estadual do PMDB se reúne na manhã desta segunda-feira em um encontro que pode selar ou acabar de vez com as prévias marcadas para o dia 27 de março, quando os delegados do partido devem escolher entre Dário Berger e Eduardo Pinho Moreira o candidato do partido ao governo estadual. A reunião foi convocada para referendar a pré-convenção, mas governador deve renovar o apelo para que ela não aconteça.

Luiz Henrique teme que as prévias tornem irreversível a candidatura própria do partido e inviabilizem a tríplice aliança. O clima nos principais partidos da base governista só piorou nos oito dias em que o governador esteve nos Estados Unidos em missão oficial. Na quinta-feira, o DEM deu um ultimato ao PSDB, dizendo que sai do governo no dia 20 se o vice-governador Leonel Pavan (PSDB) não deixar claro que está fora da sucessão.

Com previsão de chegada na noite deste domingo, Luiz Henrique tem como primeira missão controlar o incêndio em seu próprio partido. Entre os peemedebistas, o sentimento é de que a prévia entre o prefeito da Capital, Dário Berger, e o ex-governador Eduardo Pinho Moreira não tem volta.

O governador aposta na própria liderança e na experiência de quem venceu 11 das 13 eleições que disputou para convencer os correligionários. Na semana passada, a posição do governador encontrou eco no deputado federal Edinho Bez. Ele disse que sem a tríplice aliança e sem a coordenação de Luiz Henrique, o PMDB não vence as eleições.

A participação de Luiz Henrique na reunião do diretório é saudada por Eduardo Moreira, presidente licenciado do partido, mas ele não acredita que possa haver recuo em relação às prévias. O ex-governador discorda da ideia de que a definição de uma candidatura peemedebista acabaria com a tríplice:

— A candidatura do PMDB não inviabiliza da tríplice aliança. Somos o maior partido do Estado, temos o governador, o maior número de prefeitos e de deputados. É natural que sejamos cabeça-de-chapa.

Em evento em Joinville, na sexta-feira, Dário Berger também foi enfático ao respaldar a prévia:

— O PMDB estava quase parando, e um partido com esta envergadura, com essa grandeza, não pode ficar ao largo da campanha. Nunca o PMDB ficou sem candidatura ao Governo, e não seria agora que ficaria.

O ex-governador Paulo Afonso Vieira, membro da executiva estadual, é um dos maiores defensores da pré-convenção e da candidatura própria peemedebista. Para ele, dificilmente a presença de Luiz Henrique vai fazer o diretório enterrar a prévia.

— A palavra pela palavra não breca nada. É preciso de argumentos e eu não vejo nenhum. A não ser que ele convença um dos postulantes a desistir — avalia o ex-governador.

Paulo Afonso defende que o partido inicie conversas com outros partidos depois de escolher um candidato, sem ficar restrito à tríplice aliança. Opção que abrirá portas para uma composição com o PT.

— Nós temos opções para um lado ou para o outro. Nenhuma aliança seria exótica ou violenta, com exceção do PP, por uma questão histórica — argumenta o ex-governador, que confirmou a disposição de se candidatar ao Senado "em qualquer contexto".

 

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