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 | 10/12/2009 00h05min

Empresa investigada pela Polícia Federal em Santa Catarina acusa dois parceiros por dívida

Representante da Arrows diz não ter conhecimento de contatos com o vice-governador

Ana Minosso  |  ana.minosso@diario.com.br

A empresa Arrows Petróleo do Brasil Ltda, do Rio de Janeiro, investigada por sonegação fiscal no mesmo inquérito que ouviu o vice-governador Leonel Pavan (PSDB), resolveu falar e tentar provar que é inocente.

O representante legal da Arrows no Estado, Luiz Henrique Ferreira Duarte, afirmou nesta quarta-feira que a empresa expandiu seus negócios para o Estado por meio de uma parceria comercial com dois empresários do ramo de combustíveis.

Os dois administradores eram responsáveis pelos negócios e teriam deixado de recolher impostos sem o conhecimento da direção da empresa, o que acarretou a perda da inscrição estadual no início deste ano. O valor dos débitos na Fazenda Estadual, informou Duarte, é de R$ 12 milhões.

Após comprovar a conduta irregular de seus parceiros, a Arrows registrou Boletim de Ocorrência e tenta, na Justiça, reativar o registro estadual.

Ferreira Duarte afirmou que a empresa Arrows não foi intimada pela Polícia Federal para prestar qualquer esclarecimento sobre as investigações da Operação Transparência, como foi batizada a investigação. Ele acompanha o caso apenas pela imprensa.

Disse, também, não ter conhecimento de que a empresa teria sido o objeto de envolvimento com o vice-governador Leonel Pavan (PSDB).

Pavan, que depôs na PF no dia 2 de dezembro, foi questionado sobre o pedido da empresa para que intermediasse na Fazenda a fim de reabilitar a inscrição estadual. O edital de cancelamento do registro da Arrows foi publicado pela Fazenda em 30 de março deste ano.

Enquanto a Arrows antecipava sua defesa, a quarta-feira foi tensa no Centro Administrativo e na Secretaria da Fazenda por causa da coletiva marcada pela Polícia Federal para esta quinta-feira, às 9h.

O superintendente regional da PF, Ademar Stocker, e o delegado Luiz Carlos Korff, que coordenou a Operação Transparência, vão falar sobre as investigações.

As especulações levaram a assessoria do vice-governador a ensaiar uma nota oficial (que acabou não sendo distribuída) de que tudo estaria dentro da normalidade. Desde segunda-feira, fala-se que Pavan teria sido indiciado no inquérito policial.

Pelo microblog Twitter, Pavan escreveu, no meio da tarde: "Estou aborrecido com a atual situação, mas com a consciência tranquila, o rio continua seu fluxo".

Nesta quarta-feira, até as 20h, o Tribunal de Justiça não confirmava o recebimento do relatório do inquérito pela Polícia Federal. O documento seria protocolado e repassado ao gabinete da desembargadora Salete Sommariva para ser remetido à Procuradoria Geral de Justiça do Estado, a quem cabe analisar o caso e denunciar ou não os indiciados pela Polícia Federal.

 

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