Jô vive dias difíceis. Sob suas costas, está o peso de vestir a camisa 9, consagrada este ano por Leandro Damião, dono de 39 gols pelo Inter. Até que começou bem, ao marcar gol na partida em que Damião se lesionara, contra o Figueirense. Mas, neste domingo, diante do Avaí, Jô sentiu a rejeição da torcida. Pouco participativo e marcado por desperdiçar chances, deixou o campo vaiado aos 22 minutos. Depois de sua saída, o Inter marcou três gols em seis minutos. Mesmo com esse retrospecto desfavorável, Dorival Júnior blinda o jogador e lhe garante sequência.

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Na avaliação do técnico, Jô está passando por um processo de readaptação ao futebol brasileiro. Longe do país desde 2006, quando deixou o Corinthians, Jô atuou na Rússia, Inglaterra e Turquia. Por isso, a irregularidade pode ser considerada natural. Dorival prefere tratar a questão como a busca por "reequilíbrio", em vez de uma recuperação. Jô não marca há quatro jogos.

— Acreditamos nele, é um jogador confiável. Temos que ter paciência e continuar insistindo — afirma. — Peço um pouco de paciência ao torcedor. O Jô vai encontrar esse ponto. Teremos um jogador que vai nos ajudar muito.

_Jô no Brasileirão
14 jogos
2 gols
(contra Ceará e Figueirense)

Os jogadores também estão fechados com Jô. Um dos jogadores mais experientes e de forte liderança no grupo, Kleber afirma que o atacante tem "apoio total", mesmo que não esteja marcando gols com a frequência que a posição exige.

— Ele procura nos ajudar de outras formas. Mas, em breve, vai conseguir fazer gols e nos ajudar ainda mais — defende o lateral-esquerdo, autor de um dos gols diante do Avaí. — A gente também tem que ajudar o jogador de referência, quando ele fica exposto e solitário na frente, como o Jô hoje (domingo).

A evolução do time com a saída de Jô e os três gols marcados no segundo tempo não interferem na opinião de Dorival. Ele descarta usar desde o início um esquema com nenhum atacante de ofício à frente. De acordo com Dorival, essas mudanças surgem como "contingências" das partidas. Com isso, Jô segue no time para enfrentar o Corinthians, no próximo domingo, no Beira-Rio, no reencontro com o clube que o formou.

Além dos elogios de Dorival, Jô também tem a seu favor a lesão de Damião e o despreparo dos jovens atacantes. Segundo Dorival, nomes como Dellatorre e Siloé ainda não estão prontos para assumir o comando do ataque no momento. Sobre Damião, o técnico é cauteloso. Mesmo que possa contar com o artilheiro do clube em até três rodadas, diante do Fluminense no dia 5 de novembro, Dorival pondera que o jogador não voltará em sua plena forma.

— A volta de Damião é uma coisa. Voltar no mesmo ritmo é uma coisa completamente diferente. Temos que ter cuidado. Faltam oito rodadas (para o término do Brasileirão). Não sei se haverá tempo hábil para que tudo isso aconteça.

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