Para que atacantes se o Inter tem D'Alessandro? Assim, com dois gols e uma assistência do argentino, o time suplantou seus problemas ofensivos e venceu o Avaí por 4 a 2 em um jogo complicado na ensolarada tarde deste domingo no Beira-Rio, pela 30ª rodada do Brasileirão. Kleber e Nei marcaram os outros gols, que alçaram o Inter ao posto de melhor ataque do campeonato, com 50 gols. Robinho e William balançaram as redes para o Avaí.

A vitória não faz o Inter avançar na tabela — segue em sétimo —, mas deixa o time de Dorival Júnior com 47 pontos, a três do Fluminense, primeiro clube na zona da Libertadores. Agora, o Inter recebe o líder Corinthians, no próximo domingo, no Beira-Rio, para cumprir a meta de seis pontos nos dois jogos em consecutivos em casa.

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O Inter demorou 40 minutos para assustar de verdade o então vice-lanterna do Brasileirão. Para quem pretende colar na zona da Libertadores é muito pouco. A chance de ouro saiu dos pés dos jogadores mais intensos de um primeiro tempo para a torcida do Inter esquecer. João Paulo roubou a bola do zagueiro, ofereceu a D'Alessandro, que, de pé direito, colocou perto do poste esquerdo de Felipe. Antes, porém, o time de Dorival se viu envolvido por um Avaí aplicado, incansável na marcação e veloz na saída para o ataque.

Seguro e veloz, Avaí complica

Assim, marcou o seu gol, aos oito minutos. Cleverson venceu Juan na jogada individual e cruzou para o miolo da área. Lá, apenas o pé de Robinho a encostar para as redes: 1 a 0. Aos 22, a mesma jogada. Cleverson pela direita. Mas, desta vez, tentou o chute direto. E quase acertou.

Com os três volantes avaianos marcando individualmente os três meias colorados, ficou difícil para o Inter armar jogadas. O jogo ficou morno, sem penetração. Andrezinho sumiu, João Paulo, esforçado, ainda conseguia assustar. D'Alessandro usava sua técnica apurada para tentar inventar alguma saída. PO Inter até finalizou bastante: oito vezes. Também conseguiu sete escanteios. Aos 26, Andrezinho cobrara bela falta, rebatida por Felipe. Mas chance definitiva mesmo, só aos 40 minutos. É e foi muito pouco.

Ao final do primeiro tempo, a torcida sentiu os problemas e vaiou a equipe. D'Alessandro não tirou a razão dos fãs:

— Jogamos mal. Temos que melhorar tudo.

— Entramos desligados — concordou Moledo.

Dorival parece ter ouvido os jogadores e mudou no intervalo. Olhou para o banco e viu Oscar, de volta dos amistosos da Seleção Brasileira. Ordem para o garoto: deixar o atacante Jô menos solitário. Mesmo com a companhia qualificada de Oscar, Jô seguiu sua rotina de perder gols. A torcida estava começando a ficar impaciente. Coube à dupla João Paulo e D'Alessandro mudar a reação das arquibancadas.

Jô irrita a torcida

Aos sete minutos, João Paulo demoliu a defesa avaiana com uma sucessão de dribles até ser derrubado na meia-lua. Sem Andrezinho, a falta ficou sob responsabilidade do argentino. O pé esquerdo de D'Alessandro colocou a bola no canto do goleiro, que esperava um chute sobre a barreira: 1 a 1, alívio no Beira-Rio e a prova de que, pode demorar, mas o talento costuma se sobressair.

Faltou, no entanto, o resto do time colaborar. Jô seguiu inoperante no ataque. Aos 11, perdeu grande chance ao cabecear sobre o gol na pequena área. Sem atacantes de ofício no banco, Dorival repetiu a fórmula do jogo contra o São Paulo, quando ficou sem nenhum atacante no segundo tempo. Aos 22, sacou Jô e colocou Ilsinho. Quase Nei marcou, aos 24 minutos, de cabeça. Felipe salvou o Avaí. Antes, aos 18, D'Alessandro havia perdido chance clara após belo passe de João Paulo.

D'Ale virada: gols e assistência

No melhor momento do Inter, o revés. Guiñazu chegou atrasado e derrubou o veloz Leandrinho na área: pênalti sem contestação. Aos 27, Willian converteu: 2 a 1. O empate, no entanto, não tardou. Oscar fez boa jogada pela direita e cruzou para a área. Na marca penal, D'Alessandro executou: 2 a 2, aos 32.

Bastaram dois minutos para D'Alessandro novamente fazer a diferença. Agora, em vez de marcar, assistiu. Primeiro, entortou a zaga avaiana, depois, ofereceu a bola Kleber. O passe do argentino abriu a defesa e o caminho para o lateral-esquerdo. Os murmúrios se transformaram em euforia: 3 a 2. Que viraram quatro, aos 38, com Nei cobrando falta.

Sem atacantes, o Inter marcou três gols em seis minutos. Estaria aí a fórmula para chegar à zona da Libertadores? A conferir, com Dorival Júnior.


> FICHA TÉCNICA

INTER (4)
Muriel; Nei, Rodrigo Moledo, Juan, Kleber; Guiñazu, Bolatti (29'/2ºT), Andrezinho (Oscar, intervalo), D’Alessandro, João Paulo; Jô (Ilsinho, 22'/2ºT). Técnico: Dorival Júnior.

AVAÍ (2)
Felipe; Gian, Cássio, Bruno; Arlan, Júnior Urso, Diogo Orlando (Batista, 20'/2ºT), Cleverson (Rafael Coelho, 14'/2ºT), Fernandinho; Robinho (Leandro Lima, 39'/1ºT), William. Técnico: Toninho Cecílio.

Local: Beira-Rio, Porto Alegre
Árbitro: Wilson Luiz Seneme (SP), auxiliado por Vicente Romano Neto (SP) e Danilo Simon Manis (SP)
Renda/Público: R$ 248.775,00/ 17.832 pagantes/ 20.788 presentes
Cartões amarelos: Kleber, João Paulo (INT); Felipe, Fernandinho, Júnior Urso (AVA)
Gols: Robinho, 8'/1ºT (0-1); D'Alessandro, 7'/2ºT (1-1); William, 26'/2ºT (1-2); D'Alessandro, 32'/2ºT (2-2), Kleber, 34'/2ºT (3-2); Nei, 38'/2ºT (4-2) 

Próximos jogos:
23/10 - 16h - Inter x Corinthians
30/10 - 18h - Atlético-GO x Inter
05/11 - 16h - Inter x Fluminense
 

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