A derrota em casa por 3 a 1 para o Figueirense nesta quarta-feira foi mais uma decepção para o Grêmio no Brasileirão. O time que vinha de três vitórias seguidas até a partida contra o Coritiba — sobre Avaí, Cruzeiro e Santos —, perdeu nas duas últimas rodadas e ficou com poucas chances na luta por uma vaga na Libertadores do ano que vem. A equipe treinada por Celso Roth caiu para a 11ª colocação na tabela, com 39 pontos, e agora vê o Flamengo, com 48, último clube integrante do G-5, a nove pontos de distância.

Diante da instabilidade que a equipe no Brasileirão, o clicEsportes selecionou cinco motivos para tentar explicar o momento do time comandado por Roth na competição. Confira:


1) Fraco rendimento do ataque

Um dos destaques na campanha do Grêmio em 2010, neste ano o ataque não conseguiu manter a mesma efetividade. Após a saída do artilheiro Jonas para o Valência no início da temporada e de Borges para o Santos após o Gauchão, o Tricolor não conseguiu substitutos à altura. André Lima ficou afastado por conta de lesão e não conseguiu repetir o rendimento ao lado de Jonas na última temporada. Brandão foi contratado por Paulo Pelaipe para tentar resolver o problema, mas até agora só conseguiu marcar dois gols com a camisa do Grêmio.

São 33 gols do Grêmio em 29 jogos no Brasileirão deste ano, uma média de 1,137: a pior na história gremista desde o início da fórmula de pontos corridos em 2003. Outro dado que reforça o baixo desempenho do ataque é que o artilheiro da equipe no campeonato é o meia Douglas, com seis gols.


2) Campanha fora de casa

Apesar de sofrer a terceira derrota em casa para o Figueirense, o Grêmio mantém um bom retrospecto em seu estádio no Brasileirão deste ano: são oito vitórias e quatro empates em 15 jogos dentro do Olímpico. Um total de 28 pontos em 45 disputados, com um aproveitamento de 62% dentro de casa.

Entretanto, o rendimento fora de Porto Alegre é desanimador. Das 12 derrotas do Grêmio no Brasileirão em 2011, nove ocorreram longe dos domínios tricolores. Em 14 jogos disputados fora do Olímpico, a equipe também empatou duas vezes e ganhou três jogos. Em 42 pontos disputados, apenas 11 foram conquistados: um aproveitamento de 26%.


3) Queda de desempenho de Victor

Considerado como o melhor goleiro do Brasileirão por duas vezes nos últimos três anos, Victor viveu um ano de altos e baixos no Grêmio em 2011. Passou por um período de instabilidade no início do Brasileirão e chegou a ter contestada a titularidade no gol gremista, a partir das boas atuações de Marcelo Grohe enquanto o titular estava na Seleção Brasileira.

Entretanto, com a chegada de Celso Roth, o goleiro voltou a ter mais confiança com os bons resultados que a equipe conquistou no returno do Brasileirão e voltou a ter boas atuações. Mas as falhas, principalmente contra o Flamengo de Ronaldinho Gaúcho no primeiro turno, e contra o Figueirense na última rodada, ainda deixam desconfianças na torcida, que já não percebem Victor com a mesma segurança das temporadas anteriores.


4 - Rendimento irregular dos zagueiros

Com o baixo desempenho do Grêmio no primeiro turno do Brasileirão, a zaga era um dos setores mais cobrados da equipe que não conseguia se afastar das proximidades da zona de rebaixamento. Entretanto, com chegada de Celso Roth e com a virada do returno, a afirmação da dupla Saimon e Edcarlos trouxe mais segurança para o setor, que passou a ter um melhor rendimento juntamente ao restante do grupo.

Mas nas duas últimas rodadas, contra Coritiba e Figueirense, a zaga voltou a preocupar. Foram cinco gols em dois jogos com as duplas formadas por Rafael Marques e Gilberto Silva na capital Paranaense e Edcarlos e Rafa Marques no Olímpico.


5 - Carências do grupo

Com poucas possibilidades de conseguir uma vaga na Libertadores, a direção do Grêmio já iniciou o planejamento para 2012. O diretor executivo Paulo Pelaipe diz que o clube já trabalha em silêncio para a montagem do time para a próxima temporada e prefere não externar as carências do grupo.

Entretanto, o baixo desempenho do ataque e as falhas na defesa fazem com que a contratação de reforços seja necessária para qualificar o time que provavelmente terá o Gauchão, a Copa do Brasil, o Brasileirão e a Copa Sul-Americana para disputar em 2012.

— É evidente. Todos nós sabemos, temos consciência. Mas uma coisa é o comentarista e o torcedor avaliarem, outra é o dirigente. O jogador tem que ser respeitado, assim conseguimos respeito do profissional que trabalha conosco. E isso vamos ter sempre.

— Sabemos do que precisamos e iremos trabalhar em silêncio. Não é o momento de falar, é o momento de agir. Nós estamos agindo. No momento oportuno, tenho certeza que a torcida vai tomar conhecimento daquilo que hoje estamos fazendo em silêncio — destacou.

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Próximos jogos:
16/10 - 16h - Santos x Grêmio
22/10 - 18h - América-MG x Grêmio
30/10 - 16h - Grêmio x Flamengo

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