Mortes como a de Marcelo Kripka acontecem, em média, três vezes por ano nos estádios da Dupla, segundo o médico Marco Schitz, coordenador do SOS Unimed, que presta serviços no Beira-Rio e no Olímpico. O presidente da torcida Super Fico teve um mal súbito durante o jogo Inter x Vasco, enquanto subia uma das rampas de acesso.

Kripka foi enterrado ontem à tarde, no cemitério do Centro Israelita de Porto Alegre. Ele tinha 55 anos e presidia uma das mais tradicionais torcidas do Inter. Fundada em 1977, a Super Fico (Força Independente Colorada) geralmente ocupa o anel superior do Beira-Rio. Foi a primeira torcida do clube a ter núcleos no Interior.

Segundo o médico Marco Schitz, a emoção e o estresse comuns durante um jogo podem ser fatores de risco. No entanto, dados estatísticos mostram que a frequência deste tipo de evento não é maior em estádios do que em outros locais de grandes aglomerações.

— A parada cardíaca que leva à morte súbita não é incomum e pode ocorrer em qualquer local onde há uma grande concentração de pessoas, como shows, aeroportos e estádios — explica Schitz.

O infarto agudo do miocárdio é o maior responsável pela morte súbita. Estima-se que, pelo menos 30% desses pacientes não conseguem chegar com vida ao hospital.

O histórico familiar é um dos fatores de risco. O presidente da Super Fico era hipertenso e seus pais morreram da mesma forma, porém, pouco antes do incidente, Kripka não apresentava sintomas.

Saiba como se prevenir do infarto na reportagem completa, na edição desta terça de Zero Hora.