A morte de Escurinho em decorrência de uma parada cardíaca abalou a turma de 70. A luta contra o diabetes havia se transformado em um símbolo para os ex-companheiros. Um deles, o capitão Elias Figueroa, sofria tanto quanto os adversários com os cabeceios do ex-companheiro. Em treinos, o chileno era um dos responsáveis por tentar marcá-lo. Don Elias também era um conselheiro para Escurinho, em muitos momentos, uma espécie de irmão mais velho.

— Escurinho sempre foi um grande companheiro, quando a coisa estava feia para nós, ele entrava e resolvia. Era dificílimo marcá-lo, quase impossível, felizmente eu só precisei fazer isso em treinos — recordou Figueroa. — Estou muito impactado. Sabia que não estava bem de saúde, mas que vinha se recuperando — lamentou.

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Respeito do outro lado

Escurinho era admirado também entre os adversários. O uruguaio Ancheta, zagueiro do Grêmio em muitos clássicos contra o atacante da camisa 14 (o seu “número de sorte” no Inter), também sofreu com a morte do amigo. Planejavam lançar um CD em breve. Ancheta, depois de deixar o futebol, dedicou-se a cantar boleros.

— Nos aproximamos, ficamos amigos, Escurinho era carismático. Podíamos cortar 15 cruzamentos, mas, na única chance que ele tivesse, marcaria o gol — contou Ancheta.

Ontem, o Grêmio postou a seguinte mensagem pelo Twitter:

— O Grêmio FBPA solidariza-se com os desportistas em geral, amigos e familiares do ex-atleta Luiz Carlos Machado, "Escurinho".

Leia o que dizem outros ídolos colorados da década de 1970 sobre o centroavante na edição desta quarta de Zero Hora.