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Esportes  | 14/09/2011 23h41min

Sem gols e sem graça: Brasil e Argentina jogam pouco e empatam no Superclássico das Américas

Mano Menezes segue sem vencer grandes seleções; Damião se salva em meio ao mau futebol

Lucas Rizzatti  |  lucas.rizzatti@zerohora.com.br

O Superclássico das Américas ficou apenas no nome. Num jogo fraco e de dar sono, Argentina e Brasil empataram em 0 a 0 na noite desta quarta-feira, em Córdoba, no confronto de ida do torneio amistoso, disputado apenas com jogadores em atividade nos respectivos países. Sem inspiração, uma Seleção estrelada por Ronaldinho e Neymar acabou na dependência do camisa 9 em afirmação. Sim, ele, sempre ele, Leandro Damião superou os colegas famosos e conseguiu ser a única fonte criativa do time de Mano Menezes. Marcou sua presença com uma lambreta no segundo tempo.

A falta de objetividade preocupa. Está cada vez mais difícil marcar gols. A Seleção só balançou as redes 19 vezes, uma média pouco maior a um gol por partida. Mano precisará corrigir esse fundamento para o jogo da volta diante dos argentinos, em Belém, no próximo dia 28.

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Além do mau futebol, Mano segue na dura rotina de não superar grandes seleções. Em 15 jogos, são sete vitórias, cinco empates e três derrotas. Nos quatro jogos contra as mais fortes antes desta noite, o único ponto conquistado fora no amistoso com a Holanda. Diante de Argentina, França e Alemanha, o Brasil perdera.

Curiosamente, o Brasil sofreu no primeiro tempo por causa dos seus principais e mais habilidosos jogadores. Ronaldinho e Neymar foram os donos da posse de bola brasileira, mas produziram quase nada. Abusaram do individualismo e dos passes sem consequência. Coube a Leandro Damião, a estrela emergente da equipe de Mano, mostrar o caminho da objetividade.


Dedé passou trabalho no primeiro tempo na zaga brasileira
Foto: Vitor Caivano, AP


Logo no início, o centroavante dominou e já levantou a bola na área. Ronaldinho, livre, não dominou e perdeu a chance. Aos 12 minutos, Neymar brilhou em um lampejo de eficiência. Entortou dois argentinos e cruzou. Damião, desta vez, chegou um pouco atrasado, mas ainda conseguiu finalizar de canela. A bola deu no poste.

Antes, porém, os argentinos assustaram. Boselli emendou na marca penal, mas isolou o cruzamento vindo da esquerda. Aliás, as laterais da defesa brasileira, encabeçadas por Danilo e Kleber, vazaram sem parar. Por ali, Boselli teve mais uma chance clara na pequena área, aos 15, mas errou o alvo. Sorte da Seleção que, logo depois, Boselli saiu lesionado. Gigliotti entrou em seu lugar. Aos 33, Martinez arriscou de longe e preocupou Jefferson, a bola raspou o poste.

A dupla de zaga, Dedé e Réver, também se mostrou intranquila e falhou algumas vezes. Como era esperado, o meio-campo acéfalo montado por Mano passou longe de funcionar. Ralf, Paulinho e Renato não chamaram a atenção em campo.


Neymar: muita firula, pouca objetividade
Foto: Vitor Caivano, AP


Enquanto a Argentina empilhava finalizações perigosas, o Brasil tinha ao seu lado a posse de bola. Mas nenhuma finalização. Assim como o Inter, se Damião não arriscasse, nada sairia. Ronaldinho e Neymar tiveram boas chances de testar o goleiro Orión. A dupla, porém, tentou aquele drible a mais e acabou desarmada, aos 33 e 44 minutos.

Para o segundo tempo, um alento aos brasileiros. Ao atender a imprensa, Neymar mandou um diagnóstico correto sobre os problemas do time.

— Tem que acertar mais rápido o passe — avisou o garoto.

Mas a esperança de evolução ficou no discurso. O time voltou sem soluções ofensivas e com os mesmos buracos na defesa. Aos 16 minutos, a Argentina assustou. Gigliotti cabeceou sozinho, mas fraco, nas mãos de Jefferson. No minuto seguinte, Neymar conseguiu se enrolar sozinho com a bola na linha lateral. Lance sintomático de uma equipe que não mete medo nos adversários.


Pressão aumenta sobre Mano Menezes
Foto: Vitor Caivano, AP


Se não fosse uma cobrança de falta no centro do gol de Ronaldinho, a única finalização do Brasil seguiria com a marca de Damião, no distante 12º minuto do primeiro tempo. Aos 18 minutos, Mano mudou o time. Fez uma substituição já esperada por todos. Sacou o discreto Renato Abreu e colocou Oscar.

O garoto pouco fez, até porque o centro técnico da Seleção já estava em campo. Aos 34, Damião voltou a assombrar o mundo. Depois da bicicleta diante do Flamengo e do show no Pacaembu sobre o Palmeiras, o centroavante armou lambreta semelhante àquela aplicada sobre o Juventude, em abril pelo Gauchão. Papa nem viu a bola. Depois de encobrir o argentino, o colorado arriscou, sem ângulo, e carimbou o poste.

O lance destoou. Num confronto sem brilho e de pouca inspiração, Damião foi o único capaz de lembrar o quão um Brasil e Argentina pode encantar. Quem sabe no dia 28, em Belém.

> Ficha técnica

ARGENTINA (0)
Agustín Orión, Sebastián Domínguez, Leandro Desábato e Christian Cellay; Iván Pillud, Augusto Fernández (Chistian Chávez, 42'/2ºT), Héctor Canteros, Víctor Zapata e Emiliano Papa; Juan Manuel Martínez e Mauro Boselli (Emmanuel Gigliotti, 24'/2ºT). Técnico: Alejandro Sabella.

BRASIL (0)
Jefferson, Danilo, Dedé, Réver e Kleber; Ralf, Paulinho (Casemiro, 42'/2ºT) e Renato Abreu (Oscar, 16'/2ºT); Ronaldinho Gaúcho, Neymar e Leandro Damião. Técnico: Mano Menezes. Técnico: Mano Menezes

Árbitro:
Enrique Osseas Zencovich (CHI)
Auxiliares: Patricio Basualto Vargas (CHI) e Carlos Astroza Cárdenas (CHI)
Estádio: Mário Alberto Kempes, em Córdoba (ARG)

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