No retorno do UFC ao Brasil, o país fez valer o fator local. No UFC Rio, realizado na noite deste sábado, no HSBC Arena, na cidade maravilhosa, os brasileiros atropelaram os estrangeiros. O placar final foi 7 a 1. Apenas Luiz Cane, o Banha foi derrotado. Todos os outros venceram. O encerramento com chave de ouro veio com Anderson Silva, que manteve o cinturão dos pesos médios. Ocorreram mais quatro embates no evento.

Anderson dá mais um show

Desta vez, não teve para Yushin Okami. Anderson Silva mostrou o porquê de ser considerado o maior lutador da atualidade e deu um show, vencendo, por nocaute, no segundo round e mantendo o título dos pesos médios.

Este foi o 15º triunfo consecutivo do brasileiro e sua nona defesa de cinturão. No total, Anderson acumula 29 vitórias e quatro derrotas.

A luta

O brasileiro não deu chances ao adversário, último lutador que havia derrotado, no longínquo janeiro de 2006. No seu estilo, não mudou em nada: dançou, lutou com a guarda baixa, acertou jabs e terminou o combate quando quis.

A luta começou devagar. Okami tentou ir para cima de Anderson, que manteve a distância. No final do primeiro assalto, o brasileiro esteve perto da vitória. Faltando poucos segundos para o final, acertou um chute alto na cabeça do oponente. Quando o Spider partiu para o ataque, o japonês foi, literalmente, salvo pelo gongo.

No segundo round, Anderson aplicou mais golpes. Com apenas 43 segundos, o brasileiro acertou um jab e derrubou Okami. Em vez de partir para encerrar o combate, deu espaço para o adversário se recuperar. Com 1min36seg, desferiu um gancho de direita mas, dessa vez, não teve a mesma piedade. Okami foi ao chão e Anderson acertou socos, joelhadas e cotoveladas, até Herb Dean terminar a luta.

Ronaldo Fenômeno, que agencia a carreira do campeão, foi ao delírio com a vitória do compatriota.

Após o combate, Anderson comentou sobre a emoção do triunfo em casa e parodiou o Capitão Nascimento, do filme Tropa de Elite:

– Foi muito difícil. Eu treinei muito duro para chegar até aqui. Não tem como não ficar feliz com mais essa vitória. Vou imortalizar uma frase do Capitão Nascimento. Nunca serão. Jamais serão.

Shogun vence revanche contra Griffin

Quase quatro anos depois, Maurício Shogun e Forrest Griffin voltaram a se enfrentar. Se em 2007, o americano comemorou a vitória, dessa vez, o final foi diferente. E de forma acachapante.

O curitibano, que não lutava desde a derrota para Jon Jones, em março deste ano, que culminou com a perda do cinturão, entrou focado no octógono. No início da luta, o americano tentou mostrar seu jogo e foi para cima. Shogun esperava o momento certo e era mais contundente.

Faltando 1min53seg para o término do primeiro assalto, o brasileiro apresentou seu arsenal de socos e obrigou o árbitro a encerrar o combate.

Barboza vence Person

Na terceira luta do card principal, o Brasil seguiu mantendo a vantagem. Edson Barboza derrotou o inglês Ross Person, em decisão dividida dos jurados.

Minotauro retorna aos ringues com vitória

Um ano e meio após perder para Cain Velasquez, Rodrigo Minotauro voltou ao octógono. O ex-campeão do UFC e do Pride, e um dos maiores lutadores da história do MMA, apresentou seu boxe afiado e nocauteou no primeiro round o americano Brendan Schaub.

>>> Confira a vitória de Minotauro

O baiano, que fechou parceria com o Inter, subiu à jaula com um calção carregando o distintivo do clube gaúcho. Com apenas dois minutos e vinte segundos do primeiro round, desferiu uma sequência de nove socos no adversário, que foi ao chão. Para terminar com a luta, aplicou mais um.

Com a vitória de Minotauro, o público ficou extasiado.

Banha é o único brasileiro a ser derrotado pelos gringos

O card principal começou com um revés brasileiro. Luiz Cane, o Banha, foi nocauteado no primeiro round. Banha estava melhor no combate. Já havia, inclusive, aberto o nariz de Stanislav Nedkov.

No entanto, levou um golpe do búlgaro e sentiu. O brasileiro correu e foi para as grades. Nedkov foi para cima e não perdoou. Com uma sequência de socos, puniu Banha até o brasileiro Mário Yamasaki interromper a luta.

Card preliminar

Na primeira luta da noite, o haitiano Yves Jabouin, que defende o Canadá, enfrentou o americano Ian Loveland. O confronto foi movimentado, mas o Jabouin venceu por decisão dividida dos árbitros.

Os brasileiros Yuri "Marajó" e Felipe "Sertanejo" entraram no octógono logo em seguida. O paraense Marajó foi superior ao longo dos três assaltos. No final, vitória unânime sobre o paulista.

O primeiro nocaute do sábado ocorreu na luta entre Erick Silva e Luis “Beição” Ramos. O capixaba acertou um soco de direita em Beição, que caiu. Erick aproveitou o momento e golpeou em sequência o adversário até o árbitro Herb Dean encerrar o combate com 1min40seg.

No quarto confronto, Raphael Assunção venceu Johnny Eduardo por decisão unânime dos jurados. Assunção foi superior durante toda a luta.

Depois, Paulo Thiago lutou contra David Mitchell. O policial do BOPE entrou com a música “Tropa de Elite”. Durante os três rounds, o brasileiro foi melhor do que o americano e venceu por decisão unânime.

Rousimar "Toquinho" Palhares venceu por decisão unânime o ianque Dan Miller. O brasileiro foi melhor nos três rounds, mas proporcionou um momento inusitado durante o combate.

Ainda no primeiro assalto, o brasileiro acertou uma sequência de golpes no adversário e acreditou que tinha terminado com a luta. Toquinho chegou a comemorar, mas Herb Dean informou que não havia encerrado. No retorno, quase foi nocauteado.

No segundo round, o brasileiro seguiu superior. No último assalto, muito cansado, apenas administrou.

A última luta preliminar da noite reservou mais uma vitória brasileira sobre um americano. Thiago Tavares nocauteou Spencer Fisher no segundo assalto.

O brasileiro já havia sido melhor no primeiro round. No segundo, não deu chances para Fisher. Após conseguir uma boa queda, montou e socou o americano até o combate ser interrompido.