Esportes | 27/08/2011 18h19min
Para quem acha que Leandro Damião já tem emoção que chega como destaque do Brasileirão, enfileirando gols de craque e angariando a cada rodada a quase unanimidade entre os críticos nacionais de futebol, aguarde até o fim do ano.
Além da esperada negociação milionária para o futebol europeu, expectativa que ronda o Beira-Rio toda vez que ele acerta a bola na rede, o jogador vai casar.
Casado, no papel, ele e Nádia, a namorada de quase 10 anos, já são. Só ficou faltando a festa. E, por questões de calendário esportivo, esta foi pensada para quando dezembro ou janeiro chegar.
A festa é a cereja no bolo no ano do jogador. Ano em que conquistou a titularidade no time principal, foi convocado para a Seleção Brasileira pela primeira vez e entra em campo no clássico Gre-Nal como estrela da rodada. Na semana que passou, enquetes pipocavam na imprensa com a pergunta: “Quem é o melhor jogador do Brasileirão: Neymar, Ronaldinho Gaúcho ou Damião?”
Não há dúvida de que o jovem é elite no esporte, é elite no país especialista em produzir atacantes acima do padrão.
E não há dúvida também que ele vive à margem desta superbadalação.
Às vésperas do clássico Gre-Nal, Damião não concedeu entrevistas fora do ambiente do Beira-Rio, seguindo regras do Inter. Em jogos decisivos e importantes, Gre-Nal é um deles, jogadores são orientados a não atender à imprensa fora do estádio. Não foi só a ZH que ele não atendeu. Damião tem pedidos de entrevistas para programas nacionais de TV e revistas de todas as áreas. Todas mesmo. Até as publicações femininas voltadas para celebridades querem ouvir o que o goleador tem a dizer.
— Quer ver só como o Damião é? — provocou Vinícius Prates, seu empresário. — Ele comemorou a Recopa até as 4h30min. Às 11h, já estava a caminho do Hospital da Criança Santo Antônio, compromisso que havia assumido anteriormente. Foi uma atitude que, sério, me impressionou.
Damião doou a camiseta com a qual ganhou o Gauchão. Na época, o técnico era Paulo Roberto Falcão, por quem ele demonstrou carinho publicamente, e que agora retribui com elogios:
— Ele é surpreendente como atleta e como ser humano: é jovem, mas tem maturidade; é alto, mas tem agilidade; tem técnica e força, mas não é de fazer firula e está sempre pronto para treinar. Quando não foi chamado para a Copa América, fiquei preocupado e o chamei para conversar, pensando em consolá-lo. Não foi preciso. Ele ficou triste, mas não se deixou abater e continuou trabalhando para voltar.
A característica de não se abalar nos momentos de desilusões não é recente. Conversando por telefone com Silvio Kohler, do XV de Outubro, time amador catarinense de Indaial, onde Damião jogou, ele relembra uma derrota sofrida por 4 a 1. Damião chorou, estava sendo criticado, e Silvio disparou:
— Tu tens muita bola. Não te abate.
Com técnicas de recursos motivacionais escassas, Silvio apelou para um discurso direto, antes de uma decisão:
— Disse que a gente precisava de um título porque, naquele Natal, tudo ia ser bem simples, mas se o título viesse, o próximo ia ser bem melhor.
Preleção encerrada, o guri Damião falou ao pé do ouvido do dirigente:
— Pode deixar que eu vou longe!
O resto da história é conhecida. O jogador foi para o futebol profissional no Atlético Hermann Aichinger, de Ibirama, e de lá para o Inter B.
>>> Leia a íntegra desta reportagem na edição deste domingo de Zero Hora
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31/08 - Inter x Santos
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