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Esportes  | 27/08/2011 08h10min

Revolução pós-Gre-Nal: mudanças radicais marcam Grêmio e Inter desde o último clássico

Depois da final do Gauchão em maio, Dupla já teve quatro técnicos e desmontou departamento de futebol

Aos desatentos, um aviso: um indomável furacão passou pelo Olímpico e pelo Beira-Rio. Quem assistir à reprise do último Gre-Nal, no dia 14 de maio, pela final do Gauchão, vai notar a diferença. Grêmio e Inter passaram por mudanças radicais desde então.

Em pouco mais de três meses, muitas caras novas do time, dois ídolos derrubados, outros quatro técnicos e uma ruidosa faxina nos departamentos de futebol.

O clicEsportes faz um apanhado desses momentos de turbulência e de renovação na Dupla.


:: COMO ERA

> Ídolos na berlinda

O Gre-Nal do Gauchão teve suas consequências, mas o fator determinante para as quedas de Renato e Falcão passam longe dos gramados. Apesar de ídolos indiscutíveis, nenhum deles agradava aos respectivos presidentes. Bastaram alguns tropeços no Brasileirão para que fossem demitidos, num intervalo de 20 dias. Primeiro, foi Renato, que desgastou sua relação já abalada com a direção ao exigir reforços com veemência.

"Dou as coisas mastigadas para a diretoria, depois é com eles. Se tiver algumas dificuldades, eu ligo para o jogador, tento forçar a barra, o que for preciso eu faço". O empate diante do Avaí em 29 de junho decretou sua saída, depois de cerca de nove meses no cargo.

No dia 18 de julho, foi a vez de Falcão. O time chegou a emendar três vitórias seguidas no Nacional, mas a goleada para o São Paulo no Beira-Rio acabou precipitando a sua demissão. Ficou 99 dias no clube e saiu disparando contra o presidente Giovanni Luigi.

"O tamanho da frustração é maior que o Beira-Rio. Fui surpreendido, sim.  Havia consenso de que o Inter precisaria contratar. Não foi feito aquilo que prometeram. A minha relação com ele (Luigi) é zero. Vocês acham que o presidente me queria técnico do Inter?"

> Faxina no futebol

No último Gre-Nal, Antonio Vicente Martins e Roberto Siegmann eram vice-presidentes de futebol. Hoje, tudo mudou. No Grêmio, um furacão chamado Ronaldinho destroçou o time de Julinho Camargo e aumentou a pressão sobre Vicente, que, dias depois, confirmou sua saída do clube. Os assessores José Simões e Cesar Cidade Dias também deixaram a direção.

"Não tenho essa preocupação dentro de campo, estamos vivendo um momento de turbulência e é evidente que afeta dentro de campo. Mas não acho que o Grêmio corra risco. É o momento de o torcedor abraçar o time. Não gosta do Vicente, não gosta do Odone, mas abraça o time"

No Inter, foi um pouco diferente. Saiu um, saíram todos. Com a demissão de Falcão, Siegmann, um de seus apoiadores, também deixou o cargo de vice de futebol e escancarou o racha na política colorada.

"Sou uma pessoa que toma decisão e não convive com estruturas que tenham de ser modificadas. Acho que ele (Luigi) não está gostando do meu trabalho. Quem tem que tirar, ele tira. Demora para decidir, para contratar. E este não é o meu perfil"


> Quem não aprovou...

Nesses três meses desde o último Gre-Nal, a Dupla descartou algumas peças. No Grêmio, antes titular e tratado como homem Gre-Nal, Júnior Viçosa foi emprestado ao Sport, assim como o meia-atacante Roberson. Lins e Vinícius Pacheco foram dispensados. Neuton deixou o Grêmio rumo a Udinese, e Borges foi para o Santos.

"Tive uma passagem muito boa no Grêmio. Deixo grandes amigos no clube que levo no coração. Agradeço a toda diretoria, comissão técnica, ao Renato e aos jogadores que estiveram comigo durante o tempo em que defendi o Grêmio", falou Borges, em 25 de maio.

No Inter, a mudança foi menos radical, mas importante. Dois jogadores que começaram 2011 com status de titular e como esperança colorada foram embora sem alardes. Rafael Sobis foi para o Fluminense. Já Cavenaghi deixou o Beira-Rio com apenas dois gols marcados e voltou ao clube de origem, o River Plate.

"Hoje é o último dia de contrato com o Inter. Foi mais um ano de vitórias e títulos. Gostaria de agradecer demais aos roupeiros, massagistas, fisioterapeutas, médicos e a todo o grupo de jogadores que esteve comigo neste temporada! Agora é vida que segue", disse, em 1º de julho.


:: COMO FICOU:

> Quatro técnicos, muitas dúvidas

Desde a saída de Renato e Falcão, Grêmio e Inter contaram com dois técnicos cada um. Julinho Camargo comandou o Grêmio em apenas seis jogos e deu a vaga a Celso Roth, que até agora tem quatro partidas e apenas uma vitória. O momento é de tensão no Olímpico, mas Roth encara tudo com bom humor.

"O sapo quando está pressionado pula, não é? Então temos que dar o pulo também. O diamante não é nada mais do que um carvão, que pressionado virou essa pedra maravilhosa. No futebol, quando é que não estamos pressionados?"


À espera do substituto perfeito, o Inter demorou a anunciar o novo técnico. Treinador do sub-23, Osmar Loss comandou o Colorado em oito partidas e saiu fortalecido com a boa campanha na Copa Audi. Dorival Júnior começou sua trajetória em 16 de agosto. Tem duas vitórias, um empate e, de cara, um título, o da Recopa.

"Tivemos uma conquista importante para o Inter. Não podemos deixar de lembrar o trabalho do Roth, do Falcão, depois do Osmar Loss, que está aqui ao meu lado. Principalmente ao Celso que nos possibilitou disputar esse título com a conquista da Libertadores"

> Sob nova direção

Vicente saiu, e Paulo Pelaipe chegou com tudo como diretor executivo. Promoveu uma revolução nas categorias de base, contratou Celso Roth e apostou num pacote de reforços com experiência. Os resultados ainda não vieram, mas o dirigente segue confiante.

"Temos algumas deficiências e isso não é menosprezo. Esse grupo tem condições de reverter a situação"



Mais do que mudar o departamento de futebol, o Inter trouxe de volta um ídolo. Fernandão abandonou os gramados para ser diretor técnico do clube. Luís Anápio Gomes assumiu como vice de futebol.

"Caiu como uma luva esse convite. Eu não hesitei. É um upgrade em relação ao capitão da equipe. Pretendo fazer uma ligação entre jogador, treinador, diretoria, observando a base. O importante é encontrar talentos que não foram observados"


> Caras novas em campo

Desde a final do Gauchão, Grêmio e Inter decidiram ir às compras. O Grêmio trouxe Miralles, Marquinhos e Gilberto Silva, ainda na era Renato. Mais recentemente, Pelaipe apresentou o seu "pacotão", com a vinda de Edcarlos, Júlio César e Brandão.

"Gosto de atuar ofensivamente, pelo lado esquerdo. Atuo também no meio e vários treinadores já me utilizaram assim. Vou tentar sempre ter velocidade e habilidade para ajudar o Grêmio", diz Julio Cesar, que estreia neste domingo.


No Inter, o atacante Gilberto veio ainda em maio do Santa Cruz como aposta, ainda não confirmou. Desde a saída de Falcão, outros três nomes surgiram no Beira-Rio: o volante Sandro Silva, o lateral e meia Ilsinho e o atacante Jô.

"Jogador precisa de confiança e ritmo de jogo. Vim para ajudar o Inter, sem preferência por posição", afirmou o polivalente Ilsinho, outro estreante em clássico.




Próximos jogos:
28/08 - Grêmio x Inter
01/09 - Corinthians x Grêmio
04/09 - Grêmio x Atlético-PR




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