Aos 36 anos, Índio avisa: não pretende parar de jogar tão cedo. Depois de 305 jogos pelo Inter e conquistas como duas Libertadores e o Mundial, o zagueiro mostrou neste domingo que ainda pode ser muito útil. Além de ajudar a segurar Ronaldinho na defesa, marcou o gol do primeiro empate diante do Flamengo.

— Parece que eu estava começando hoje — conta Índio, sobre a emoção do gol, o seu 28º pelo Inter, sendo cinco deles em Gre-Nais. — Em algum momento, eu sei, vou ter que parar. Mas ainda tenho um prazer muito grande. Pretendo trabalhar e fazer o que amo, jogar futebol, por alguns anos ainda — revela.

> Índio no Inter: títulos e recorde

> 11 títulos desde 2005
Entre eles, Libertadores e Mundial

> 28 gols em 305 jogos
Zagueiro com maior número de gols
Superou o lendário Figueroa

Ao voltar instantaneamente ao time neste domingo depois de cumprir suspensão contra o Botafogo, Índio começa a ganhar terreno com Dorival Júnior. Uma virada considerável comparando-se com o início de 2011. Preterido na forte concorrência no setor defensivo, Índio começou o ano na reserva. Viu Sorondo e Rodrigo se lesionarem gravemente. No Gre-Nal decisivo do Gauchão, a chance apareceu e, sob forte desconfiança, conseguiu anular a promessa gremista Leandro. Mesmo elogiado, voltou ao banco. Nova oportunidade só mais de 50 dias depois, contra o Atlético-PR, ainda na era Falcão.

Remanescente do Mundial de 2006, Índio se viu frente a frente com Ronaldinho no domingo e, mesmo cinco anos mais velho, conseguiu controlar o craque do Flamengo, assim como o fizera em Yokohama, quando o meia vestia a camisa do Barcelona. A um minuto de jogo, já veio o reconhecimento da torcida: Índio roubara uma bola do camisa 10 e arrancara urros e aplausos das arquibancadas do Beira-Rio.

— Ronaldinho é um atleta que merece todo o respeito. Não pode deixar dominar de frente, fica difícil para qualquer um — elogia o zagueiro.

Contra o Atlético-GO, em julho, o jogo 300 e homenagem do clube
Foto: Lucas Uebel, Vipcomm

A idade avançada e um craque como Ronaldinho parecem brincadeira em comparação com o atribulado passado do jogador. Muito novo, pelos sete anos, já vendia lanches para ajudar a família em Macaraí, interior paulista. Aos 18 anos, encarava uma usina, cortando cana-de-açúcar. Foi numa "peneira" que as portas do futebol lhe foram abertas. Entrou para não mais sair.

— O ser humano é movido a sonhos — sentencia, certo da recuperação do time na Recopa.

O Inter enfrenta o Independiente na próxima quarta-feira, no Beira-Rio, e precisa vencer por dois gols de diferença, já que perdeu em Avellaneda por 2 a 1.

— Acreditamos que vamos conquistar esse título.

Alguém ousa duvidar de Índio?

Zagueiro projeta final da Recopa:

Próximos jogos:
24/08 - Inter x Independiente (pela Recopa)
28/08 - Grêmio x Inter
31/08 - Inter x Santos

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