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Esportes  | 20/07/2011 07h10min

O retorno do ídolo: a história de Fernandão como jogador do Inter em 10 momentos

Capitão colorado nos títulos da Libertadores e do Mundial em 2006 foi contratado como o novo diretor técnico do clube

Tomás Hammes  |  tomas.rodrigues@rbsonline.com.br

Após três anos, Fernandão retorna ao Beira-Rio. Não como jogador. Agora, o eterno camisa 9 será o diretor técnico do clube. Capitão nos títulos da Libertadores e do Mundial em 2006, o novo dirigente escreveu seu nome como um dos maiores ídolos na história colorada, ao lado de Falcão e Figueroa.

Para relembrar a passagem de Fernandão com a camisa do Inter, o clicEsportes escolheu 10 momentos:

Talhado para Gre-Nais

Gol 1000 logo na estreia
Fernandão assinou contrato com o Inter em 14 de junho de 2004. Quase um mês depois, no dia 10 de julho, o jogador estreava pelo clube. O jogo seria o clássico Gre-Nal 360, no Beira-Rio, válido pelo Brasileirão. O maior jogo dos gaúchos já tinha 998 gols. O atacante entrou no lugar de Wilson, lesionado, no intervalo. Logo na primeira partida pelo novo time, mostrou sua estrela. Aos 33 minutos da segunda etapa, após cruzamento pela direita de Élder Granja, marcou, de cabeça, o segundo gol da vitória colorada. De quebra, fez o gol 1000, entrando para a história do clássico. Mas ele só soube quando foi abraçado pelos companheiros:

— É o gol 1000, cara. É o gol 1000, Fernandão — gritou Rafael Sobis.

Foto: Mauro Vieira


Após o jogo, o atacante comentou sobre o fato:

— Gravei meu nome na história dos Gre-Nais. Prometo bastante garra e empenho dentro de campo sempre.

O gol alçaria Fernandão à condição de ídolo logo em sua estreia.


No primeiro Gre-Nal por uma competição internacional, o gol 1001
A história de Fernandão com a camisa colorada parecia perfeita. Dois meses após a estreia, no 15 de setembro – aniversário de 101 anos do Grêmio -, o atleta disputaria seu segundo Gre-Nal. Era o primeiro clássico válido pela Copa Sul-Americana, disputado em uma competição internacional. Além da qualidade que demonstrava em campo, ainda era predestinado. Aos 32 minutos do primeiro tempo, Rafael Sobis tocou para Danilo na esquerda. O meia cruzou rasteiro para o atacante, que só empurrou para o fundo das redes. Fernandão se tornava, também, um homem Gre-Nal.

Foto: Mauro Vieira

Grande atuação no Gre-Nal que empurrou o Grêmio rumo ao rebaixamento
O Gre-Nal 363 foi o último clássico de 2004. No dia 23 de outubro, o Grêmio recebeu o Inter no Estádio Olímpico pela 37ª rodada do Brasileirão. O Tricolor precisava de uma vitória, na tarde chuvosa de sábado, em Porto Alegre, para seguir com chances de não ser rebaixado. No entanto, o time comandado por Muricy Ramalho demonstrou toda a sua superioridade sobre o rival e fez 3 a 1. A estrela do jogo? Claro, Fernandão.

Foto: Paulo Franken

Após um primeiro tempo discreto no ataque, foi recuado para o meio. Ali se destacou, marcando o segundo, aos 29 minutos do segundo tempo. Na sua especialidade, se antecipou aos zagueiros e cabeceou. Ao final do clássico, os colorados gritavam “ão, ão, ão, Segunda Divisão!”, colocando o Grêmio próximo da queda, que seria concretizada seis rodadas depois, no dia 28 de novembro, no empate em 3 a 3 com o Atlético-PR.

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A lesão na Sul-Americana
Já afirmado como o principal nome do time, marcando gols e mais gols, o atacante tentava dar ao Inter o primeiro título internacional importante. O time já estava nas quartas de final da Copa Sul-Americana de 2004. O adversário era o Atlético Junior de Barranquilla, da Colômbia. Na primeira partida, no Beira-Rio, o camisa 9 foi o autor do gol colorado na vitória por 1 a 0. No entanto, o jogador se lesionou. Fernandão era tão fundamental que Fernando Carvalho, então presidente, fez a frase "até a marquise do Beira-Rio sentiu a lesão do Fernandão". Sem o craque, o Inter acabou eliminado na fase seguinte, para o Boca Juniors.

Gol contra o Boca em 2005
Se em 2004 Fernandão esteve ausente do jogo contra o Boca, em 2005 o camisa 9 enfrentou o time argentino. A fase, dessa vez, era as quartas de final da Sul-Americana. No dia 19 de outubro de 2005, o Inter – que ainda lutava pelo título do Brasileirão – derrotou o clube xeneize. Após um jogo duro, aos 48 minutos da segunda etapa, Rafael Sobis desviou uma cobrança de falta da intermediária. A bola passou por toda a zaga argentina e sobrou na entrada da área. O atleta, de carrinho, empurrou para o fundo das redes, sem chances para Pato Abbondanzieri.

Foto: Daniel Marenco

Libertadores de 2006

Atuação de gala na final
O ano de 2006 foi o auge da carreira de Fernandão. Na final da Libertadores, no dia 16 de agosto, o time jogava por um empate contra o São Paulo no Beira-Rio, após vencer por 2 a 1 no Morumbi. Na decisão, apareceu a estrela do camisa 9. Aos 29 minutos, Jorge Wagner cobrou falta da direita. Rogério Ceni tentou defender, mas soltou a bola. Fabiano Eller conseguiu pegar e passou para o atacante que, de carrinho, abriu o placar. O segundo gol colorado também teria a participação de F9. Aos 20 minutos da segunda etapa, cabeceou cruzamento de Ceará. Rogério salvou. No rebote, Fernandão tocou para Tinga marcar. A partida terminou 2 a 2 e o atacante teve a honra de levantar a taça do continente.

Foto: Valdir Friolin

Melhor jogador na Libertadores
Mas Fernandão não foi importante "apenas" na final. O capitão mostrou sua qualidade durante toda a competição. Um dos artilheiros da competição, com cinco gols, ainda foi o maior assistente da equipe, com sete passes para os companheiros marcar.

Entrada em Chiquinho
Fernandão não se destacou no seu período de Inter apenas pela qualidade. O capitão também exerceu a liderança e a garra enquanto vestiu a camisa vermelha. Quatro dias após a conquista da América, o time recebeu o Palmeiras no Beira-Rio, pela 18ª rodada do Brasileirão.

Apesar de aguerrido, sempre foi marcado pela elegância no gramado. Um fato, no entanto, marcou o confronto. Chiquinho, ex-jogador colorado, levou uma entrada forte do camisa 9 em seu primeiro lance em campo (havia entrado no segundo tempo). Fugindo ao seu estilo, o capitão partiu em direção a Chiquinho e, com o dedo na boca, fez gesto para que se calasse. Dois anos depois, o lateral descartou qualquer problema de vestiário com Fernandão.

Capitão do Mundial
Em meados de dezembro, a glória máxima ao Inter. Após derrotar o Al Ahly, do Egito, por 2 a 1 nas semifinais do Mundial, o time de Abel Braga enfrentaria o poderoso Barcelona na decisão. Antes da partida contra o time espanhol, o capitão exerceu a liderança com um discurso inflamado de motivação, como um autêntico torcedor:

— Eu duvido que alguém nunca sonhou em estar aqui (na decisão). Eu sempre sonhei. É onde você pode chegar no máximo da carreira. É hoje que tem que acontecer. Há milhões de pessoas depositando a confiança. Precisamos fazer merecer essa confiança. Não tem outra. É hoje.

Foto: Ricardo Duarte

Contra o Barça, Fernandão não conseguiu ser o protagonista que havia sido em outros jogos. Acabou substituído por Adriano Gabiru, que marcou o gol do título. Mas a honra de levantar a taça coube ao eterno capitão.

Prova da liderança na Recopa
A sequência de títulos entre Fernandão e o Inter seguiu em 2007. A taça internacional da temporada foi a Recopa. O camisa 9 não atuou na goleada por 4 a 0 sobre o Pachuca no Beira-Rio, na segunda partida da final. No pódio, em uma prova da liderança no vestiário, o jogador esteve ao lado de Clemer e Iarley para levantar a taça, culminando com a Tríplice Coroa – Recopa, Libertadores e Mundial.

Decisivo em Dubai
No início de janeiro de 2008, o Inter foi convidado para disputar a Dubai Cup, nos Emirados Árabes. Após derrotar o Stuttgart por 1 a 0, os comandados de Abel Braga enfrentariam a poderosa Inter de Milão. Fernandão, sempre decisivo, logo a 1min30seg de partida dominou a bola com categoria e chutou no canto direito de Julio César, marcando o primeiro gol. Os colorados venceram o jogo por 2 a 1 e levaram mais uma taça para o Beira-Rio.

Atuação de luxo na goleada sobre o Juventude
Após uma fraca atuação no primeiro jogo da decisão do Gauchão, na derrota por 1 a 0 para o Juventude no Alfredo Jaconi, Fernandão precisava se recuperar. O Inter sofria com o adversário de Caxias do Sul, chamado de "touca" colorada. Mas o camisa 9 teve uma atuação de luxo, marcando três vezes na goleada de 8 a 1, terminando com a mística e levantando mais um troféu.

Foto: Daniel Marenco

A saída
No dia 14 de junho de 2008, a era de Fernandão como atleta do Inter chegou ao fim, exatos quatro anos após ser contratado. O atacante havia aceitado uma proposta do Al-Gharafa, do Catar. Após 190 partidas e 77 gols, o capitão se despedia do Beira-Rio. A história, porém, estava gravada e o camisa 9 colocou o seu nome como um dos maiores da história do clube.



GRÁFICO: as declarações de Luigi, Siegmann e Falcão




 

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