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Esportes  | 07/07/2011 08h10min

Para Alberto Bial, seleção de basquete vai superar os desfalques no Pré-Olímpico

Enquanto prepara a equipe do Brasil para os Jogos Mundiais Militares, técnico do Joinville esbanja otimismo com o time principal

Felipe Truda  |  felipe.truda@rbsonline.com.br

O título mundial de basquete conquistado no ano passado pelos Estados Unidos tornou o caminho da seleção brasileira rumo aos Jogos Olímpicos mais curto, já que agora os demais países das Américas disputarão duas vagas no continente. No entanto, quanto mais se aproxima o Pré-Olímpico de Mar del Plata — entre os dias 30 de agosto e 11 de setembro —, mais obstáculos surgem no caminho do técnico Rubén Magnano.

Primeiro, veio o pedido de dispensa do pivô Nenê, que quer acompanhar de perto o nascimento de seu filho primogênito, o que deve ocorrer durante o torneio argentino. Em seguida, Leandrinho também pediu para não ir a Mar del Plata, alegando "problemas particulares". Anderson Varejão está lesionado, e se desligou do grupo nesta quarta. Dos jogadores da NBA, restou apenas o pivô Tiago Splitter, que também tem a presença no campeonato ameaçada devido ao lockout — situação de greve patronal, devido a divergências entre os donos das franquias e os atletas — da NBA.

Não faltará treinamento

O técnico do Joinville, Alberto Bial, está preparando a seleção brasileira militar — que conta com Nezinho e Arthur, que também estão na equipe principal. Quando foi a São Paulo tratar da liberação dos dois jogadores para os Jogos Mundiais Militares, ele se impressionou com o que viu. Após conversar com o técnico Rubén Magnano, Bial ficou otimista quanto à vaga nos Jogos Olímpicos.

— É uma preparação extraordinária, com uma boa estrutura, um bom tempo de treinamentos e bastante torneios. O Brasil vai chegar muito forte ao Pré-Olímpico — declarou o treinador.

Antes de ir à Argentina, o Brasil vai à Venezuela nos dias 5 a 7 de agosto, para disputar um torneio com Panamá, Cuba e o time da casa. Em seguida, fará amistosos com o México entre os dias 11 e 13 em Foz do Iguaçu, onde, de 20 a 26, participa da Copa Tuto Marchand, na qual enfrentará Canadá, Porto Rico e República Dominicana. Bial acredita que o tempo de treinamento fará a equipe superar os desfalques.

— Não teremos os principais jogadores, mas teremos Splitter, que é um jogador extraordinário, o Huertas, o Marcelinho... Temos um grupo que jogará um baita basquetebol — afirmou.

Técnico vê Marcelinho no auge


Marcelinho tenta ir aos Jogos Olímpicos pela primeira vez
Foto: Divulgação

Bial não acha que os desfalques farão com que o Brasil mude sua maneira de jogar. Ele projeta uma seleção com os alas Marcelinho, do Flamengo, e Marquinhos, do Pinheiros, se revezando na posição de ala, ao lado de Alex, do Brasília.

— O Marcelinho está no auge da carreira, buscando o que ainda não conseguiu, ir a uma Olimpíada. O Marquinhos também tem muito talento, é um jogador que com certeza pode jogar por ali — destacou o treinador.

Para Bial, Raulzinho ainda não deve ser "protagonista"


Raulzinho, com a bola, disputou o NBB pelo Minas. Seu marcador na
foto é o pivô Shilton, que estará nos Jogos Mundiais Militares com Bial
Foto: Orlando Bento, Divulgação/LNB


Na armação, o nome da vez é o de Marcelo Huertas, do Caja Laboral-ESP, eleito o melhor jogador da posição na última edição da Liga Espanhola. Mas Rubén Magnano ainda contará com uma das maiores revelações do país nos últimos anos: o armador Raul Togni Neto, o Raulzinho, que disputou o NBB 2010/2011 pelo Minas.

— É um jogador prontamente precoce, diferenciado. Um cracaço — disse Alberto Bial, que, no entanto, ponderou: — Neste nível que vamos jogar, ele ainda não pode ser protagonista. Até posso queimar a língua, mas acho que ele precisa de mais tempo.

Um leão no garrafão


Splitter, na foto disputando rebote com Kevin Love, dos EUA, se destacou no Mundial da Turquia
Foto, Mark J. Terrill, AP, BD - 30/08/2010

As maiores baixas do Brasil, no entanto, são na posição de pivô. Mas Bial acredita que os desfalques serão superados. Principalmente se o lockout da NBA não atrapalhar os planos de Magnano.

— Ele é um leão — elogia Bial, ao lembrar as atuações do catarinense no Mundial do ano passado.

Sem polêmica com Leandrinho e Nenê

Em relação aos pedidos de dispensa de Nenê e Leandrinho, o técnico do Joinville prefere não polemizar. Segundo ele, esta atitude não é novidade no basquete nacional:

— É difícil, porque são decisões pessoais e não estamos perto para saber o que as motivou. Esse tipo de situação sempre existiu. Vários jogadores já pediram dispensa e a gente esquece.

Elogios a Varejão

Anderson Varejão é outro desfalque embaixo do garrafão. Mas ele já avisou: vai a Mar del Plata para torcer pelo Brasil. Antes, ainda pretende visitar os companheiros que treinam em São Paulo para passar a eles "força e confiança".

— Esse é o envolvimento de quem ama e tem gratidão ao basquete por tudo o que ele realizou para nós. É muito bonito — elogia Bial.

As projeções otimistas de Bial são um alívio para quem acompanha o basquete brasileiro, que corre o risco de completar 20 anos sem nenhuma participação em Olimpíadas. A última vez que a seleção participou do evento foi no longínquo 1996, em Atlanta-EUA.

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