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Esportes  | 23/06/2011 08h11min

Vestiário agitado: os desencontros entre Renato Portaluppi e direção do Grêmio

Técnico e dirigentes têm histórico de atritos e ruídos nos discursos

Ao afirmar nesta quarta-feira que o comando do futebol pertence aos dirigentes e não cabe ao treinador se empenhar em contratações, Antonio Vicente Martins aumentou a nada modesta lista de conflitos e desencontros entre a atual direção do Grêmio e Renato Portaluppi. Divergências sobre prioridades, reforços e rendimento do time — não foram poucas as vezes em que essa relação foi testada. E abalada.

"Acho que o Renato errou. Não é função dele dar nada mastigadinho para nós, assim como não é função nossa dar o time mastigadinho para ele", argumentou o dirigente, depois de ouvir o técnico dizer que precisava de reforços com urgência, aguardando novidades até quinta.

Dezembro de farpas


As turbulências começaram antes mesmo de Paulo Odone assumir a presidência. Contratado pela gestão de oposição, Renato nunca escondeu a admiração pelo ex-presidente Duda Kroeff e os ex-diretores de futebol Alberto Guerra e Rui Costa. Nem as declarações do presidente eleito Odone, dando como prioridade a renovação do contrato de Renato, impediram o técnico de mandar um recado aos então futuros gestores do clube. Até o Brasileirão acabar, nada de falar em reforços.

"Se gosta do Grêmio, tem que dar as mãos, e isso é um aviso para todo mundo. Tem que deixar a vaidade de lado e pensar no Grêmio, que é o mais importante. Não tem que se falar em contratações, em saídas. O jogador que está aqui pode desanimar. Quem gosta do Grêmio fecha a boca. Eu estou pedindo", declarou em novembro após vitória sobre o Goiás.

"Não achamos adequada a manifestação do técnico. A única coisa que falamos foi demonstrando a vontade da permanência do Renato. Quem dirige o clube é o dirigente. Quem treina, quem escala, é o treinador", afirmou Vicente, em rápida resposta na ocasião.


Em janeiro, novos ruídos

Demorou, mas a renovação aconteceu. A novela Ronaldinho tirou o foco da tensão entre casamata e gabinetes. Mas, em janeiro, uma nova polêmica colocou a relação em xeque. Renato avisou que não pretendia viajar ao Interior nos jogos pelo Gauchão. Mas a repercussão não foi a melhor, digamos, entre os homens da direção. Vicente Martins mostrou veemência ao negar qualquer tipo de acordo. Renato ficou de fora apenas do Gre-Nal de Rivera. Com o time principal envolvido na Libertadores, o auxiliar Roger comandou a equipe no clássico e venceu por 2 a 1.


"Está definido que o treinador vai dirigir todos os jogos. A regra é isso. O treinador viaja para onde o time estará jogando".


Os recados de Renato à direção continuaram. Insatisfeito com a demora da legalização dos documentos de Vinícius Pacheco para a Libertadores, Renato cobrou forte os dirigentes.


"Ele (Pacheco) precisa estar em condições de jogo, não vou perdoar ninguém se ele não tiver isso na segunda-feira. Resta saber se ele treinou no Rio de Janeiro".


Desta vez, Vicente optou por um discurso conciliador, afirmando que também tinha "essa convicção e a mesma exigência do Renato. Faço a mesma observação".

"Trote" convulsiona ambiente

Em 15 de março, no entanto, o vestiário tricolor estremeceu. Ao desembarcar em Lima, o técnico atendeu um telefonema do jornalista Jorge Kajuru e revelou um possível acerto com o Fluminense. Kajuru colocou a gravação no ar, instaurando o constrangimento nos bastidores tricolores antes da partida contra o Léon, de Huánuco. Além do episódio, a má atuação no empate em 1 a 1 culminou na ira de Paulo Odone, que desfiou críticas ao time.

"Assim não se coloca faixa de Libertadores, vamos ter que ver isso. Se for preciso, vou participar com eles, porque tem que mudar, tem que ser com espírito mais copero, muito mais do que apresentou hoje".


A polêmica envolvendo o suposto interesse do Fluminense em Renato e a má atuação do time em Huánuco obrigou o presidente Paulo Odone a convocar uma reunião para debater o momento da equipe. Vicente tratou de amainar o ambiente publicamente e negar desgaste entre os envolvidos. Assim como voltou a fazer nesta quarta-feira, no sempre agitado vestiário tricolor.

 

 

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