Apesar dos resultados ruins quando o Grêmio entrou em campo com um esquema modificado, Renato não descarta testar outras variações nos próximos jogos, dependendo da necessidade. Na final da Taça Farroupilha e contra o São Paulo, no último sábado, por exemplo, a formação com apenas um atacante não rendeu o esperado. Ainda sem contar com todos os jogadores, entre lesionados e contratados, o comandante tricolor não descarta mudar mais vezes.

— Sabe aquele ditado: quem não tem cão caça com gato? — questionou Renato.

Nos exemplos citados, Renato escalou o Grêmio sem Leandro e apenas com Borges contra o Inter, no Gauchão, e perdeu nos pênaltis para o Inter, no Beira-Rio. Contra o São Paulo, no Brasileirão, somente Júnior Viçosa foi o homem de frente. Não deu certo e, no decorrer dos jogos, ele teve que voltar ao tradicional 4-4-2.

O técnico analisou a derrota por 3 a 1 para o São Paulo entendendo que, se o placar tivesse fechado com um empate, pelo menos, o Grêmio seria elogiado.

— Não estou com muitas opções de ataque, ninguém inventou nada. Infelizmente tivemos uma derrota. Não vou ficar somente no plano A e rezando para que dê certo o ano todo. Não estou me queixando porque perdemos o jogo. Tentamos uma coisa, e não deu certo — comentou.

Por mais que insista em tentar outra formação nos jogos seguinte, a tendência é que Renato volte ao 4-4-2 contra o Vasco, no Olímpico, no próximo domingo, pela quinta rodada do Brasileirão. Um dos motivos é que a partida é dentro de casa. Nesse caso, Mário Fernandes poderia entrar na zaga, na vaga de Rafael Marques, que foi expulso contra o São Paulo. E Gabriel atuaria na lateral-direita.

Como recém começou a semana de treinos, Renato ainda não dá pistas sobre quem vai escalar. E espera, também, pela recuperação total de alguns jogadores para domingo, como Leandro, Adilson e Bruno Collaço.

— Vamos aguardar a liberação do departamento médico — sentenciou o treinador.

Renato dá o tom: é ele quem escala

Nos últimos dias, principalmente após a derrota para o São Paulo, diversas opiniões surgiram de todos os lados sobre o time do Grêmio. Sugestões de quem deveria ser titular, quem não tinha condições de jogar, quem deveria receber uma chance. O técnico Renato, no entanto, faz questão de deixar claro: é ele quem conhece os jogadores, e é ele quem escala.

— O treinador conhece o jogador no dia a dia, o torcedor não sabe como é. Muitas vezes o treinador coloca um jogador no banco porque ele só tem condições de jogar 20, 30 minutos, e o torcedor quer que ele entre logo no campo. Não é assim — explicou.

Renato ainda aproveitou para afirmar que nunca teve problemas com jogadores. No grupo do Grêmio, garante se dar bem com todo mundo. Durante sua carreira como treinador, diz que nunca deixou de escalar atleta por birra.

— Eu sempre falo que não tem treinador no mundo que seja burro de não colocar jogador para jogar se sabe que ele pode ajudar, mesmo que tenha birra. Nunca o treinador vai deixar um jogador de qualidade no banco por birra. Existe, mas é muito difícil — disse.

Para finalizar, Renato também cogitou, de forma bem-humorada, a possibilidade de um torcedor assumir a função dele na beira do gramado:

— Tem jogo domingo. Vem para o meu lugar, faz tudo o que você pensa. Simples — sugeriu. — É engraçado, às vezes a gente escuta cada coisa... Mas algumas vezes um torcedor pode dizer alguma coisa que faça você pensar: "é verdade, não tinha pensado nisso"... Pode acontecer — completou.

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