O menino-prodígio do Grêmio atinge hoje a maioridade. Farinha e ovos, como adiantou o meia Lúcio, marcarão nesta quinta-feira os 18 anos da revelação Leandro, promessa garimpada nas categorias de base e convertida em peça decisiva na luta pelo título do Gauchão. Só faltará o abraço dos pais, que moram em Gama, cidade-satélite de Brasília. Em tom de mágoa, eles denunciam um descaso do Grêmio em encaminhar o novo contrato.

O pai, Carlos Alberto de Moura, pretendia estar hoje em Porto Alegre. Disse ter recebido de um dirigente a promessa de que o clube enviaria passagens aéreas para ele e a mulher Edilene, além de bancar a estada na Capital. O assessor de futebol José Simões nega tal promessa. Além de comemorar o aniversário do filho, pretendia reunir-se com a direção para analisar os termos do novo contrato. Diz não abrir mão de auxiliar o filho na tomada de decisões que irão implicar em seu futuro.

Há críticas, também, ao empresário Gilmar Veloz, que adquiriu os direitos federativos de Leandro junto ao Gama e os repassou ao Grêmio no ano passado. Segundo Carlos Alberto, Veloz, que prometeu ajudar a família, hoje nem atende mais a seus telefonemas.

A mãe evita falar em questões contratuais. Sua tristeza é por não poder ficar ao lado do filho no dia do aniversário. Garante que Leandro "sempre foi bom menino":

— A saudade é muito grande. Só de pensar nele me dá vontade de chorar. Gostaria de estar aí para dar um beijo no Leandro. Só vou poder telefonar.

O novo contrato, com duração de cinco anos, não será assinado antes da decisão do Gauchão. Somente a partir de segunda-feira, quando Gilmar Veloz retornar da Itália, a situação irá se encaminhar. O vice de futebol Antônio Vicente Martins confirma que o acerto está "alinhavado". Entende que o jogador faz por merecer uma valorização, mas não expõe números como forma de proteger sua privacidade.

Leia o que diz o garoto e confira sua evolução salarial na edição desta quinta de Zero Hora.