A noite desta quarta-feira poderia terminar com a confirmação de mais dois Gre-Nais para as próximas semanas, com Inter e Grêmio se enfrentando pela primeira vez em uma Libertadores, no histórico Gre-Nal da América. A dupla, entretanto, repetiu velhos defeitos e decepcionou.

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Em casa, o Inter permitiu a virada do Peñarol sob o olhar incrédulo de 42 mil colorados. No Chile, o Grêmio confirmou o que se esperava: não conseguiu reverter a vantagem obtida pela Universidad Católica no Olímpico e também caiu. Eliminados do torneio continental, restam a Grêmio e Inter o bom e velho Gauchão, que ambos decidem nos próximos dois finais de semana.

Inter vê vaga escapar em casa

No Beira-Rio, o time de Paulo Roberto Falcão entrou como franco favorito. Podia até empatar em 0 a 0 para alcançar as quartas. A 1 minuto de partida, Oscar abriu o placar e confirmou a impressão de que a vaga viria naturalmente. A confirmação às quartas parecia questão de tempo. Mas veio a segunda etapa. E, com ela, esvaiu-se o sonho do tri. Aos 15 segundos, Martinuccio aproveitou um erro da zaga colorada e apareceu livre na área. Chutou na saída de Renan e deixou tudo igual. O resultado levaria o jogo para as penalidades, mas Olivera, de cabeça, aos cinco minutos, virou o jogo e calou 42 mil colorados no Beira-Rio.

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Falcão errou nas alterações. Tirou Oscar, um dos melhores jogadores do Inter, e colocou Tinga. Andrezinho também foi sacado para dar lugar ao jovem Ricardo Goulart, que nunca havia jogado uma partida na Libertadores. Falcão colocou Sobis, de reconhecida estrela no torneio continental, apenas aos 28 minutos. Era tarde demais. Mas não foi só o técnico que sucumbiu: antes protagonistas, nomes como Damião e D'Alessandro se enredaram na marcação uruguaia.

— Tivemos cinco minutos de apagão. Ali perdemos o jogo — justificou o técnico na fúnebre entrevista coletiva.

Desfalcado, Grêmio sucumbe

Com os Andes como moldura, o Grêmio tentou cumprir uma missão quase impossível e acabou golpeado como o rival em Porto Alegre. Precisava aplicar dois gols de diferença na Universidad Católica ou vencer por um gol de diferença a partir de 3 a 2. Inoperante como sempre, o time de Renato sequer marcou um gol. E ainda perdeu a partida, aos 41 minutos do segundo tempo, com Mirosevic se aproveitando de uma velha defecção tricolor: a bola aérea.

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Com sete atletas lesionados e apenas 17 relacionados para a partida, o Grêmio foi um remendo de time. Num jogo morno, teve uma grande chance de balançar as redes, salva sobre a linha por Valenzuela. Fadados ao anonimato no clube, Lins e Viçosa formaram uma dupla de ataque com destino previamente definido: muito esforço, gol zero.

— Nós perdemos muitos jogadores, e isso realmente faz falta. Infelizmente, pagamos pelos problemas que tivemos — avaliou Renato, rodeado por microfones em Santiago.

Gauchão vale ouro

Foto: Diego Vara

Sem o sonho do tri, resta a Dupla o Gauchão. O vice-presidente de futebol do Inter, Roberto Siegmann, na mesma noite da eliminação já tratou de reunir forças para os clássicos dos dois próximos fins de semana, que vão decidir a hegemonia do futebol gaúcho.

— Dói muito, mas temos que pensar o amanhã. Temos que buscar mobilização para esses dois Gre-Nais. Temos que tocar o que resta — comentou, semblante fechado.

No acanhando estádio de San Carlos de Apoquindo, o vice de futebol gremista, Antônio Vicente Martins, engrossa o coro de valorização do Gre-Nal e do campeonato estadual.

— Gauchão é, mais do que nunca, obrigação. Conversamos com os jogadores. Vamos para o Gre-Nal em busca de um bom resultado.

Domingo, 16h, estádio Beira-Rio. Encontro marcado para Inter e Grêmio juntarem os cacos e se reinventarem. Final de maio está chegando e, com ele, o imprevisível Brasileirão.