Um encontro de ícones. Mas se engana quem pensa em Falcão e Diego Aguirre. Se na casamata colorada estará o maior ídolo do clube de todos os tempos, no setor destinado aos dirigentes uruguaios no Beira-Rio, poderá ser encontrado um dos principais jogadores da história do Peñarol: Fernando Morena.

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Após 27 anos, o atual diretor esportivo e institucional da equipe Fernando Morena vai rever Paulo Roberto Falcão. Em 1973, pelo Torneio de Verão de Atenas, Inter e Peñarol disputaram a competição — Oympiakos e Sporting de Lisboa também participaram. No dia 13 de agosto, a equipe, na época, treinada por Dino Sani, acabou derrotada por 1 a 0. O autor do gol: Fernando Morena.

O dirigente lembrou do time colorado, que ainda tinha Figueroa, Valdomiro e Claudiomiro. De lá para cá, porém, nunca mais teve contato com o eterno camisa 5 vermelho. Questionado se desejaria sorte a Falcão, brincou, mas não deixou de reconhecer a importância do confronto:

— Amanhã (hoje) não lhe desejo sorte (risos). Vou mandar um abraço para ele. É um jogo para classificação. Não haverá outra chance.

Morena rechaçou a possibilidade de que os Carboneros — como são conhecidos — atuem logo mais com a cabeça voltada para o clássico contra o Nacional no próximo domingo pelo Campeonato Uruguaio — as duas equipes estão empatadas na liderança com 25 pontos, mas o Peñarol tem um jogo a menos (11 a 10):

— Estamos aqui. E o pensamento do futebol é sempre no próximo jogo. A partida contra o Inter é muito importante para nós.

O ex-atacante ressaltou a força que o Inter tem no continente. O dirigente considera o adversário desta quarta-feira, às 19h30min, no Beira-Rio, pelas oitavas de final da Libertadores "um dos grandes do Brasil":

— O Inter é muito respeitado. Mesmo que não jogue a Libertadores ou não a conquiste, é sempre tratado com respeito.

O dirigente falou, ainda, do sentimento de simpatia que o time gaúcho tem no Uruguai. Lembrou das cidades do país vizinho, como Rivera e Artigas, com muitos colorados que "hablam portuñol".

Fernando Morena tem seu nome escrito como um dos grandes nomes da história do Peñarol. Marcou 450 gols — pelas suas contas — com a camisa aurinegra (dos 667 na carreira). Teve três passagens pelo time (1973 a 79, 81 a 83 e 85). Conquistou sete campeonatos uruguaios — sendo artilheiro da competição em sete oportunidades — a Libertadores — marcando o gol do título contra o Cobreloa — e o Mundial de Clubes em 1982. Pela seleção do Uruguai, disputou a Copa do Mundo de 1974, na Alemanha, e foi campeão da Copa América em 1983.