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 | 29/04/2011 21h51min

Os melhores momentos do Painel RBS: Renato e Falcão pedem paz a torcedores para o Gre-Nal

Treinadores falaram sobre assuntos diversos e especialmente sobre o clássico de domingo

O Painel RBS Especial colocou frente a frente nesta sexta-feira Falcão e Renato, os dois técnicos da dupla Gre-Nal, para uma conversa sobre o clássico que irá definir o campeão da Taça Farroupilha, domingo, no Estádio Beira-Rio. Elegantemente trajados, os treinadores começaram falando sobre o respeito com o rival.

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Falcão e Renato pediram paz aos gremistas e colorados que vão ao Beira-Rio assistir ao Gre-Nal e fizeram um apelo às torcidas que compareçam ao estádio sem encarar a partida como uma guerra.

Os dois concordam que os dois clubes só adquiriram a grandeza atual, graças ao sucesso do co-irmão:

– O que continua igual desde a nossa época, e vai continuar para sempre, é a rivalidade. Esta rivalidade é boa. Se tiver só um time bem, perde todo mundo. No momento em que os dois estiverem bem, sobem os dois – disse Renato.

– A gangorra que me serve é o Inter Campeão Brasileiro e o Grêmio da Copa do Brasil. Os dois precisam estar bem – avalia Falcão.

O técnico colorado contou a históra de quando foi convidado, em 2001, para ser técnico do Grêmio pelo então vice-presidente de futebol José Otávio Germano. A trajetória no Inter e a paixão pelo vermelho não permitiram que assumisse o Tricolor. Renato seguiu o discurso do colega de profissão e também afirmou que jamais treinaria a equipe do Beira-Rio.

Foto: Diego Vara

Mensagens para o clássico

Renato e Falcão pediram que o torcedor compareça ao Beira-Rio no domingo sem um sentimento de raiva. Pediram que as duas torcidas convivam pacificamente no jogo que pode definir o Campeão Gaúcho de 2011:

– Sabemos da rivalidade que existe, mas tanto o torcedor do Grêmio quanto do Inter tem que ir para o Beira-Rio com a cabeça apenas para torcer. O futebol é tão bonito, vai para vaiar, aplaudir, comemorar... Os torcedores têm que sair de casa pensando na paz – disse Renato.

– O futebol é uma coisa linda e maravilhosa, mas é um esporte, não mais do que isso. Tem gente que coloca como se o futebol fosse uma guerra. O futebol é a maior festa do futebol gaúcho, é um momento fantástico. É claro que ele vai tentar ganhar, mas isso é do jogo. O que não é do jogo é a agressão.

Os ídolos

No segundo bloco do Painel RBS, Renato e Falcão falaram sobre seus professores no tempo em que atuavam dentro das quatro linhas. O técnico gremista lembrou de Valdir Espinoza, a quem considera um pai. Já Falcão listou vários treinadores que marcaram a sua carreira como jogador:

– Eu tenho uma lista. Quem me colocou de centro-médio foi o Ernesto Guedes. Eu jogava mais na frente. Depois o Minelli. O Dino me lançou. O Ênio Andrade também foi importante. Meu técnico na Roma, o Nils Liedholm, também me marcou.

Depoimentos de ex-companheiros

Na sequência, dois ex-colegas prestaram um depoimento sobre os atuais técnicos dos times da Dupla. Jair, o principe Jajá, falou sobre a personalidade de Falcão. Já Albeneir, colega de Renato nos anos 80 no Grêmio, lembrou do bom coração do ídolo tricolor. Segundo ele, depois de uma festa em um bar na rua Getúlio Vargas, bateu com o carro de Renato e não foi cobrado por isto:

– A amizade fala mais alto – disse Renato.

Gre-Nal histórico

No próximo domingo, mais do que a decisão da Taça Farroupilha, o clássico Gre-Nal ficará marcado pelo encontro dos dois maiores ídolos do clube, agora como treinadores. Renato e Falcão falam sobre a diferença da época em que podiam resolver dentro de campo para agora, que ficam na casamata:

– É dificil até de explicar. Como jogador, o que eu mais queria era jogar Gre-Nal. Pelo que representa o clássico. O que eu mais queria era estar lá dentro. Se eu pudesse jogar, iria sofrer mil vezes menos. Como técnico você fica na beira do campo. Como jogador você poderia fazer uma coisa lá dentro para mudar. O sofrimento é muito grande. Por isto que treinador tem que ganhar muito – brinca o técnico do Grêmio.

– O técnico tem que ser gestor de vestiário, gestor de emoções, de vaidades. A gente passa todo o dia pensando. A tática faz parte do trabalho. Mas eu estou muito feliz e adorando a escolha que eu fiz – dise o técnico colorado.

Foto: Jefferson Botega

A família

Falcão e Renato se emocionaram com vídeos mostrados em que os dois aparecem com suas respectivas mães.

– Tenho muitas saudades dela – disse Renato ao se ver abraçado na mãe em um vídeo da chegada de Toquio, após a conquista do Mundial em 1983.

– Sempre que ouvia sobre a possibilidade de voltar a treinar o Inter, eu me emocionava. Quando eu voltei, as primeira pessoas em que eu pensei foram meus pais. A minha mãe, com certeza, está vendo – disse Falcão.

Com os olhos marejados, os treinadores falaram que procuram, de todas as formas, não deixar que o trabalho atrapalhe a vida familiar

– A relacão é muito clara. Dentro de casa eu sou o Paulo e ele é o Renato. Quando assumi o Inter deixei bem claro pro pessoal da família. O pai, com certeza, se estivesse aqui, ia dar uma cutucadinha na escalação. Para a família, o importante é que eles saibam conviver com o glamour – disse Falcão.

O técnico gremista disse que, de vez em quando, recebe alguns recados através de seus irmãos:

– Sempre tem o recadinho de torcedores que não conseguem falar comigo e que mandam por meus irmãos. Escala este, escala aquele... Mas eu nem gosto de falar de futebol com meus irmãos – disse Renato.

Foto: Juliano Schuler

Decepções no futebol

Quando jogadores, Renato e Falcão tiveram duas grandes decepções. Nos dois casos, envolvendo a Seleção Brasileira. Falcão não foi convocado para a Copa de 1978, quando na época havia sido escolhido o melhor jogador do Brasil:

– Naquele ano eu ganhei a Bola de Ouro, eu estava numa fase maravilhosa. O Coutinho assumiu a Seleção e fez uma nova convocação. Eu fui convocado, e ele me disse para entrar em forma que ele falava comigo. Depois do jogo com a Colômbia houve uma discussão pesada – explicou Falcão.

Já Renato foi cortado em meio à preparação para a Copa de 1986, em um episódio que envolveu também o lateral-direito Leandro:

– Eu tava num momento excepcional. Mas não me arrependo de ter feito aquilo. Estávamos presos há 30 dias na Toca da Raposa. O Telê deu folga no domingo das 10h até 22h. Pedi um tempo maior, mas ele não deu. Tomamos cerveja na casa do Eder. Estávamos em 10, 12 jogadores. Todos estavam indo embora, o Leandro tinha tomado umas a mais e falou que ia pra boate. Voltou cinco minutos depois com uma roupa, prontinho pra festa. Ele foi e eu não deixei ele ir sozinho. Chegamos tarde. Alguns pularam o muro, mas ele não tinha condições de pular. O segurança viu e anotou os nomes. No outro dia o Telê me cortou.

Autógrafos

Provocados pelos entrevistadores, Renato e Falcão aceitaram autografar a camiseta do rival.

Foto: Diego Vara

Foto: Diego Vara

Ofensivistas

No quarto e último bloco de programa, Renato e Falcão expuseram mais as ideias que têm sobre futebol. Os dois se dizem ofensivistas. Falcão tem como objetivo não só fazer a equipe do Inter vencer, mas também mostrar um futebol que agrade ao público:

– Muitos times que foram vencedores já foram esquecidos. Meu objetivo é juntar as duas coisas, resultado com bom futebol. É difícil, mas é o que procuro fazer com meu trabalho.

Renato afirmou que gosta de ter em seu time, no máximo, dois jogadores marcando no meio-campo. Para ele, a chave para conseguir um bom resultado é ter meias de boa qualidade:

– Esse negócio de esquema muito defensivo. Às vezes o jogador pega a bola e não sabe o que fazer. Tem que devolver para o adversário para roubar de novo. Tem que ter gente que saiba jogar.

CLICESPORTES
Diego Vara / 

Técnicos da dupla Gre-Nal debateram por uma hora e meia
Foto:  Diego Vara


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