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Esportes  | 25/04/2011 09h10min

Carlos Eduardo planeja volta ao Grêmio: "Fiquei devendo à torcida"

Meia-atacante saiu do clube aos 20 anos, depois de apenas oito meses como profissional

Tatiana Lopes  |  tatiana.lopes@rbsonline.com.br

Foram apenas oito meses no grupo profissional do Grêmio em 2007, com um total de 36 jogos e nove gols. O que já bastou para que Carlos Eduardo, aos 19 anos, conquistasse a torcida com suas jogadas de velocidade e habilidade. Pouco depois de completar 20, foi vendido ao Hoffenheim, da Alemanha, e hoje está no Rubin Kazan, da Rússia. Aos 23, ele não tem dúvidas: quer voltar ao clube que o lançou.

Cadu, como é chamado, retornou ao Olímpico neste mês de abril para finalizar o tratamento no joelho direito, que o incomodava desde as últimas semanas em que esteve no Hoffenheim. A oportunidade de se recuperar "em casa" serve como uma injeção de ânimo.

Mesmo sabendo que voltar ao Grêmio neste momento é muito difícil, já que os russos desembolsaram nada menos que € 20 milhões aos alemães, o jogador projeta, um dia, pagar a dívida que acredita ter com o torcedor gremista.

— Tudo foi muito rápido, em oito meses estava indo para a Europa. Mas é o sonho de todo jogador, e esse meu sonho se realizou. Fiquei devendo um pouco à torcida do Grêmio, porque foi muito rápido, mas no futuro penso em voltar — comentou.


Foto: Bruno Junqueira, TRATO.TXT

Todos os dias, pela manhã e à tarde, Cadu vai ao Olímpico. A previsão é que ele fique em tratamento por mais três ou quatro semanas, com o objetivo de acabar completamente com as dores no tendão patelar. Enquanto isso, aproveita para matar a saudade dos amigos.

— Me sinto em casa. As pessoas me acolheram muito bem, quero até agradecer pelo carinho de todo mundo, dos torcedores também — destacou.

Nas conversas no vestiário, sobra tempo para relembrar com Lúcio as jogadas que os dois protagonizavam pelo lado esquerdo do Grêmio. Das categorias de base, ele ainda mantém amizade com Adilson, Willian Magrão e Marcelo Grohe. Fora os funcionários do clube que fizeram parte da vida dele.

Sair do Grêmio e ir para o Hoffenheim, da segunda divisão alemã, gerou comentários diversos. Enquanto uns compartilhavam da opinião de que era uma boa oportunidade, outros acreditavam que o jogador deveria esperar um pouco mais para uma transferência.

— Claro que muitas pessoas me criticaram porque estava indo para um time de segunda divisão que ninguém conhecia no Brasil, e eu estava muito bem aqui, fui até a final da Libertadores, fui campeão gaúcho, joguei alguns jogos do Brasileirão e fiz gols. Se eu esperasse um pouquinho mais, talvez viessem clubes maiores. Mas foi a decisão tomada. Conversei com minha família, com meu empresário, pensei no futuro. Vai saber se acontece uma lesão grave? Graças a Deus deu tudo certo — analisou.


Vídeo: Confira trechos da entrevista


Da Alemanha para a Rússia

Viver longe da família foi difícil. Mas não demorou muito para que Carlos Eduardo se adaptasse à Alemanha. No primeiro ano no Hoffenheim conseguiu jogar bem, ganhar sequência e ser um dos principais nomes da equipe que subiu para a primeira divisão.

Desde os primeiros dias no novo país, teve a companhia de brasileiros, como a empregada Inês, o amigo Anderson e o preparador físico Vinícius, que seguem morando com ele na Rússia.

— Eu ia dormir às 5h da manhã. Tinha a diferença do fuso, que era cinco horas a mais, e eu fiquei totalmente perdido nas primeiras semanas. Mas não foi muito difícil porque nunca fiquei sozinho. Tive dificuldade com a língua, a comida. No treino o técnico falava as coisas e eu ficava meio perdido — contou.

Para aprender o idioma, ele estudava alemão três vezes por semana. Quando finalmente estava começando a entender e a falar melhor a nova língua, foi para o Rubin Kazan.

Na Rússia, tudo diferente. E mais complicado. Não só pelo idioma e pelos costumes, como também pelo futebol. Enquanto na Alemanha se jogava mais com bola no chão, no novo país a bola aérea e o contato físico se fazem mais presentes.

Em breve, Carlos Eduardo terá a companhia do irmão mais velho, Rudinei, que vai morar com ele, tornando o ambiente mais familiar.

— Tem que ter alguém, senão entro em depressão! — brincou.

Mas, quando é possível, ele vê os pais e também a noiva, Isadora. Quando saiu do Grêmio, a então namorada de Cadu tinha apenas 16 anos. Até hoje eles superam a distância e seguem juntos. Ele na Europa, ela no Brasil. Atualmente Isadora estuda na Feevale e mora em Novo Hamburgo. Os dois planejam casar e ter filhos.

>>> Clube da Bolinha: O namoro a distância de Carlos Eduardo

A vontade de voltar ao Brasil e ao Grêmio não sai do pensamento de Carlos Eduardo. Mas a paixão também dá lugar à razão. Há menos de um ano no Rubin Kazan, ele ainda quer mostrar mais do seu futebol no país russo. Principalmente quando se recuperar das dores no joelho, pois voltará ao seu melhor nível.

— Eles me dão muito carinho, me apoiam, e esse ano eu tenho que voltar. Estou concentrado em voltar bem, no meu nível, e ajudar o time a conquistar títulos — disse.

Uma alta quantia em dinheiro e pouco tempo no clube. Tudo isso complica um empréstimo de Carlos Eduardo ao Grêmio neste momento. Mas ele não abandona a ideia de voltar, seja quando for. E no que depender da vontade da torcida, ele será sempre recebido de braços abertos.

— Com certeza no futuro me vejo aqui dando alegrias à torcida do Grêmio — encerrou.

 
Foto: Bruno Junqueira, TRATO.TXT

 


 

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