Garantido na lista que o Grêmio enviará para a Conmebol com três trocas possíveis em relação a que está em vigor, caso confirme classificação às oitavas de final da Libertadores, Willian Magrão se define como o homem-surpresa do Tricolor. De contrato renovado e motivado a continuar lutando por lugar entre os titulares, o volante gosta de jogar surgindo de trás e surpreendendo o adversário.

— O futebol está muito igual, na força, e o homem-surpresa que vem ali de trás sempre aparece na cara do gol porque ninguém presta muita atenção nele. Eu gosto muito de aparecer, e às vezes eu faço o gol ou deixo o companheiro em condições — comenta.

Foto: Tadeu Vilani

Magrão quase foi para o Corinthians, em negociação que ocorreu no final de fevereiro. No início de março, o clube paulista desistiu da contratação por problemas internos na direção. O volante permaneceu no Grêmio e foi valorizado. Nos últimos dias, prorrogou seu vínculo, que antes se encerrava em 2012 e agora vai até 2013.

— O jogador sempre vai buscando algo melhor, e graças a Deus estou conseguindo — comemora.

Feliz pelo bom momento, com as novas chances que vem recebendo no Gauchão, e ainda contando com a confiança do treinador, Magrão também vive dias de ansiedade. Acompanhando o Grêmio como torcedor na Libertadores, inclusive indo aos jogos no Olímpico, ele não vê a hora de pisar no gramado para jogar pela competição.

— Sabemos da grandeza que é para um jogador jogar uma Libertadores. Parece que o tempo não passa, os dias vão ficando cada vez mais longe. Mas ao mesmo tempo estou tranquilo para estar preparado na hora que chegar o momento — diz.

O Grêmio está em segundo lugar do Grupo 2, com sete pontos, enquanto o líder Junior Barranquilla tem 12. Será difícil o Tricolor alcançar o objetivo de terminar a fase de classificação em primeiro lugar. Com isso, terá que decidir o mata-mata fora de casa.

— Jogando em casa ou fora, vai ser difícil, os times são muito qualificados. Mas quem quer ser campeão não tem que ficar pensando nisso, tem que trabalhar forte para jogar bem aqui ou lá — destaca.

Foto: Jefferson Botega

Com o apoio da torcida

Depois de passar por duas cirurgias no joelho direito, uma em 2009 e outra em 2010, fora a artroscopia que o afastou do início da temporada de 2011 e o deixou fora da primeira convocação para a Libertadores, Willian Magrão quer distância das lesões. Totalmente recuperado, ele volta a reconquistar a torcida com suas boas atuações.

Contra o Caxias, na final do primeiro turno do Gauchão, foi dele o primeiro gol do Grêmio no empate em 2 a 2, que levou a decisão para os pênaltis. O Tricolor se sagrou campeão.

A disputa por posição no meio-campo é que não é fácil. Fábio Rochemback, o capitão, é titular incontestável. Adilson vinha fazendo dupla com ele, mas Renato chegou a comandar a equipe somente com um volante, ou com Fernando. Nas ruas, no contato que Magrão tem com os torcedores, costuma receber apoio.

— Eles perguntam: "pô, mas você tem que jogar! Por que você não foi inscrito?", e eu sempre respondo a mesma coisa, que na Libertadores foi opção, e de jogar também, e que é o Renato que escolhe, ele que decide o que é melhor para o Grêmio — conta.

Foto: Tatiana Lopes

Braçadeira de capitão

No último domingo, no jogo contra o Porto Alegre, pelo segundo turno do Gauchão, Magrão entrou em campo usando a braçadeira de capitão. Aos 24 anos, ele era um dos mais experientes entre os escalados pelo técnico. A condição de principal líder durante a partida é encarada por ele como algo normal, apesar do aumento de responsabilidade.

— É uma responsabilidade a mais, porque o Renato dá a braçadeira e você comanda o time ali dentro, ele está fora, passa as informações, mas também tem que ter um pouco dessa liderança. Mas todos têm que falar dentro de campo — destaca.

Willian Magrão quer surpreender. Projeta entrar bem na Libertadores, seguir se destacando, e aparecendo na frente para fazer seus gols. O “homem-surpresa” do Grêmio espera terminar o ano em alta, espantando de vez os tempos de instabilidade que viveu pelas sucessivas lesões dos anos anteriores.