Notícias

 | 09/03/2011 22h18min

Envolvidos em acidente com lancha em Balneário Camboriú serão ouvidos pela polícia nesta quinta

O inquérito tem prazo de 30 dias para ficar pronto

O caso da menina atropelada por uma lancha de passeio na Praia Central, em Balneário Camboriú, no sábado, ganhou mais força. Além da Capitania dos Portos, a Polícia Civil divulgou oficialmente a abertura de inquérito para investigar de quem é a responsabilidade pelo acidente.

Os depoimentos começam a ser colhidos até amanhã, garante o delegado André Manoel de Oliveira Filho: 

— Não houve o registro de boletim de ocorrência, mas pela importância do caso, a Polícia Civil decidiu abrir inquérito por conta própria.

De acordo com o delegado, serão ouvidos o condutor da lancha de passeio que atropelou o banana boat, Disney Sivieri, o filho dele, Marcus Vinícius Sivieri, o jovem que pilotava a embarcação do banana boat, Carlos Barcellos, o dono da empresa que oferece os passeios, Vilmar Schackow, a irmã da vítima, que também estava no banana boat, Carolina Dallafavera, a mãe, Mara Dallafavera, e testemunhas que estavam na praia.

A menina atingida, Tamara Dallafavera, de 11 anos, também será ouvida no hospital. O inquérito tem prazo de 30 dias para ficar pronto.

— Em princípio, o responsável ou os responsáveis pelo acidente responderão por lesão corporal grave. A pena é de até cinco anos de reclusão — explica Oliveira Filho.

Na Capitania dos Portos de Itajaí, o processo de investigação segue hoje. A mãe e a irmã de Tamara serão interrogadas pelo delegado Alexandre Malízia Alves. O rapaz que conduzia a embarcação que transportava o banana boat, Carlos Barcellos, será ouvido somente na próxima semana, mas ainda não há um dia agendado. O inquérito feito pela Marinha estará pronto em até 90 dias.

As versões:

Piloto da lancha:

Com carteira de habilitação de capitão há quase 10 anos, Disney Sivieri, 64 anos, contou que saiu por volta das 8h30min de sábado da Marina de Balneário Camboriú para pescar em alto mar com dois amigos e dois filhos na lancha ano 1990.  Quando o tempo começou a fechar, decidiram ir embora. Os amigos teriam pedido para que Sivieri mostrasse a orla, por isso teria se aproximado da costa.

— Ele (o piloto da Banana boat) vinha na minha direção e, de repente, virou a embarcação para a esquerda dele, que seria a minha direita, e parou. Com isso, a banana continuou andando porque não tem leme ou motor e se atravessou na minha frente a uns 10, 20 metros de distância. Eu não tinha como evitar: ou passava em cima da banana, ou não sei o que ia fazer. A única coisa que deu tempo de fazer foi cortar os motores. Eu estava em baixa velocidade, a uns 18 km/h, 20 km/h, no máximo. Se virasse para a esquerda ou para a direita ia ser pior ainda, a hélice ia pegar todo mundo. Cheguei a pensar que ele ia passar do meu lado para pegar o movimento da água e o pessoal da banana ter a emoção do balanço. Mas foi questão de segundos para esse pensamento virar pesadelo. Paramos o barco na hora, e meu filho saltou para ajudar na remoção das pessoas.

Piloto da lancha com o banana boat:
Carlos Barcellos, o piloto que puxava a banana boat com oito turistas, tem o mesmo tempo de atividade que Sivieri tem de habilitação. Ele estava retornando do passeio de 15 minutos quando viu a lancha se aproximar. A partir daí, relata os minutos de horror vivenciados pelos passageiros.

— Avistamos uma lancha de grande porte, quando retornávamos do passeio. Acredito que ele estava entre 25 km/h e 30 km/h, o que para dentro do mar é razoável. Não sabia a atitude dele, se ia passar perto, por trás ou pela frente. Tinha uma senhora a bordo da lancha e o filho dela estava no passeio. Ela falou: acho que ele não nos viu. Aí começamos a acenar. Essa senhora entrou em desespero. Não sei se ele não viu, se estava distraído. Quando chegou a cerca de 3 metros, desviou da lancha, mas como estava em alta velocidade não conseguiu reduzir e passou em cima da banana. A menina foi atingida e caiu na água. A parte da banana que ele cortou ficou enrolada em um dos dois motores da lancha, só que ela não desligou, ficou rodando em volta da nossa lancha e da banana. Saltamos para levar a criança para dentro do barco e, em seguida, o restante do grupo.

JORNAL DE SANTA CATARINA
 
SHOPPING
  • Sem registros
Compare ofertas de produtos na Internet

Grupo RBS  Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.