O caso da menina Tamara, de 11 anos, ferida gravemente ao ser atropelada por uma lancha enquanto passeava em um banana boat no sábado, na Praia Central, em Balneário Camboriú fez a autoridade marítima da região repensar as orientações e normas que regem a navegação destas embarcações.

Atualmente, a regulamentação existente diz que todas as embarcações movidas a motor precisam estar a mais de 200 metros da arrebentação das ondas. A medida visa a evitar que algum banhista se machuque. Mas quem está em brinquedos como o banana boat, por exemplo, fica exposto.

Confira as regras de segurança no mar

A Capitania dos Portos reconheceu;nesta quarta-feira;o risco desta convivência no mar.

— Vamos fazer uma reunião com empresários que atuam no ramo e delimitar um trecho para uso exclusivo das lanchas com banana boat, com raias. Isso evitará que esta tragédia se repita — afirma o delegado da Capitania dos Portos em Itajaí, Alexandre Malizia Alves.

A única delimitação de espaço obrigatória atualmente é o corredor usado pela lancha que reboca o banana boat para se aproximar da margem e buscar os passageiros. Depois dos 200 metros, não há norma que separe quem está nos brinquedos de outras lanchas. A única orientação especial é que as lanchas com banana boat fiquem o mais próximo possível do fim da área para banhistas. Mas Alves admite que isso é insuficiente:

— As investigações vão apontar se os procedimentos que constam do Regulamento Internacional para Evitar Abalroamentos no Mar (Ripeam-72) foram descumpridos pelos condutores das lanchas envolvidas no acidente de sábado.

Criar regras mais rígidas de convivência no mar também é a solução apontada pelo navegador e doutor em Engenharia Oceânica João Luiz Baptista de Carvalho. Ele salienta que o condutor de lanchas e jet skis deve estar atento o tempo todo à movimentação na água e trabalhar com a precaução para antever as situações de risco.