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Esportes  | 23/02/2011 13h31min

Repórter Libertadores: Paulão agradece: "A torcida aplaude até cabeceio meu"

Zagueiro colocou Mário Fernandes e Rafael Marques na reserva do Grêmio

Diogo Olivier  |  diogo.olivier@zerohora.com.br

Por algum motivo que nem ele decifrou com precisão ainda, a torcida do Grêmio o idolatra. Contratado sem alarde, colocou no banco de reservas: 1) o badalado Mário Fernandes, sempre às voltas com boatos sobre interesses dos italianos em seu futebol, e 2) o experiente Rafa Marques.

Tentei esmiuçar este mistério com Paulão aqui em Barranquilla, no hotel em que o Grêmio está hospedado no bairro Villa Country, que só pelo nome já dá para perceber que está encravado numa zona chique da cidade cujo carnaval é patrimônio cultural da humanidade com sua diversidade incrível de ritmos caribenhos: cumbia, porro, mapalé, chandé, puya, fandango, merecumbé.

Bem, voltemos ao gladiador refinado, digamos assim, do Grêmio. Que, aqui na Colômbia, bem passaria por um nativo da região: estamos a questão de minutos do Mar do Caribe, no extremo norte do país. O biotipo negro e de porte avantajado é típico. Travei um breve diálogo com ele no bar do hotel.

Olhando assim de perto, sorridente, gestos econômicos, voz suave, as peças de um colorido vivo do carnaval perto dele no saguão, vendo Paulão frente a frente nem parece aquele buldogue gigante capaz de provocar deslocamento de ar ao se chocar com algum pobre ser vivo que tiver o desplante de cruzar o seu caminho. É caso certo de atropelamento ou mesmo de soterramento.

Tens alguma idéia do motivo desta paixão da torcida?

— Acho que é um pouco pelo meu jeito. Tenho cara e aparência de grosso, mas dá para ver que sou da paz, do bem.

—É?

—É.

— Mas tem jogador da paz e do bem que o torcedor não gosta. Há até craques que a torcida não gosta.

— É verdade. Sabe, agradeço a Deus e à minha família todos os dias por este tratamento que recebo. Pô, a torcida do Grêmio aplaude até cabeceio meu!

— Não tem a ver com o fato de tu ires para a uma dividida mesmo que do outro lado venha uma locomotiva a 200 por hora?

— Sim, pode ser. No Rio de Janeiro eu não sei se isso adiantaria, mas aqui (no Rio Grande do Sul, não em Barranquilla, obviamente) conta muito. Eu vou na bola mesmo, não importa o que venha do lado de lá. E nem o que possa acontecer comigo.

— Este apoio desmedido te ajuda ou põe pressão?

— Ajuda! É o que me dá força. Nem sei mais como agradecer. Sinceramente, não sei. Tá tudo certo para mim.

Bom sujeito este Paulão, o xodó da torcida.

Hoje, é mais titular do que o próprio Rodolfo.

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