Uma das expectativas do treino de segunda-feira no Beira-Rio era saber quantos jogadores do Inter B seriam aproveitados. A partir do trabalho tático no campo principal, foi possível concluir que o processo de diluição do segundo time colorado mostrou ser mais do que emergencial, foi profundo: de um grupo de 33 jogadores, o Inter B se reduz agora a seis remanescentes que aos poucos receberão oportunidades de Celso Roth. Até segunda ordem, nenhum outro nome será adicionado a essa já diminuta listagem.

Os "sobreviventes" da revolução encabeçada por Roberto Siegmann, de extinguir o Inter B e jogar todas as competições com um grupo em comum, são o goleiro Agenor, o zagueiro Rodrigo Moledo, os volantes Augusto e Milton Júnior, o lateral Massari e o meia-atacante Ricardo Goulart. Muriel já era figura frequente no time A. Dois critérios foram usados por Roth e Siegmann para a permanência desses garotos: o rendimento em campo e a necessidade de reposição em determinadas posições.

— Até o momento, apenas esses seis jogadores passaram pela nossa avaliação técnica — confirma Siegmann. — Pode haver novos acréscimos, mas não é algo certo ainda.

Apesar da sobrevivência à guilhotina, os garotos premiados demorarão para conseguir sequência no time. Em todos os casos, há forte concorrência no setor. Massari seguirá reserva de Kleber na lateral. Rodrigo Moledo tem pela frente o experiente trio formado por Índio, Bolívar e Rodrigo. Apesar de Roth usar três volantes, Augusto e Milton Júnior estão atrás na fila, protagonizada por Bolatti, Guiñazu e Wilson Matias. Ainda há Glaydson, reserva imediato da trinca relacionada. Ricardo Goulart atua numa faixa por onde passeiam nomes como D'Alessandro, Zé Roberto e Oscar, o que deve comprometer um aproveitamento instantâneo. No gol, Agenor está atrás de Lauro e Muriel. Todavia, como Renan não deve permanecer após a metade do ano, o goleiro, destaque do Criciúma em 2010, deve ganhar espaço.

Tratado com absoluta prioridade, o processo de diluição do Inter B já retirou do Beira-Rio 11 jogadores, além de três atletas do grupo principal. Ao longo da semana, mais nomes devem ser negociados, como os meias Marinho e Thiago Humberto. A decisão de afastar o Inter B do Gauchão foi tomada no sábado e anunciada no domingo. No entanto, maturava há mais tempo nos bastidores vermelhos a ideia de que a equipe de Enderson Moreira precisava ser reformulada. A saída de praticamente um time inteiro em apenas um dia foi o resultado de um esforço menos recente. Há algumas semanas a direção de futebol já trabalhava no empréstimo desses atletas.

Além da questão técnica, uma pretensão antiga da nova direção também acelerou o processo: a necessidade de enxugamento dos gastos com o futebol. Hoje, a folha do Inter beira os R$ 6 milhões. Só com a extinção do modelo atual do Inter B, os dirigentes podem aliviar cerca de R$ 1,7 milhão mensais dessa volumosa conta.

O INTER PÓS-REVOLUÇÃO

Quem teve contrato rescindido
Ilan, Edu e Danny Morais

Ainda em negociações (*)
Bustos, Ronaldo Conceição e Leonardo
(*) Se não houver acerto, deverão ser emprestados

Quem já foi emprestado
Ytalo e Fabinho (Mogi Mirim)
Lima, Maycon e Léo (Paraná)
Marquinhos (Avaí)*
Kléber Silva, Talles Cunha, Wagner Libano e Mineiro (Criciúma)
Wagner Silva (Ponte Preta)
* Ainda falta definir a fixação dos direitos econômicos

Quem deverá ser emprestado
Marinho e Thiago Humberto

Quem pode ser vendido
Guto

Quem será reaproveitado no time A
Agenor, Rodrigo Moledo, Augusto, Ricardo Goulart, Milton Júnior e Massari