| 30/01/2011 11h25min
A rodada de fim de semana do Campeonato Egípcio foi cancelada pela federação local por conta dos protestos que acontecem no país contra o presidente Hosni Mubarak, que está há 30 anos no poder. Até o momento, não há um número oficial, mas se estima que cerca de 70 pessoas tenham morrido.
— O que vemos aqui são muitos incêndios, muita fumaça. Queimaram pneus e outras coisas como carros de polícia também. E ocorreram confrontos entre manifestantes e policiais. O exército não estava presente — disse o técnico Manuel José, que comanda o Al-Ahly, do Egito, à TVI de Portugal.
O Campeonato Egípcio é disputado por 16 clubes, que jogam no sistema de pontos corridos. O Zamalek fechou o primeiro turno na liderança, com 32 pontos, contra 29 do Ismaily. A Federação Egípcia ainda não informou as novas datas para a realização dos jogos adiados.
O presidente do país, Hosni Mubarak, está no poder desde 1981. Através da internet, as críticas pesadas ao ditador (os egípcios reclamam que o país parou no tempo diante dos vizinhos do norte da África) transformaram-se no movimento, que até agora ficou marcado pela violência.
— Ficar 30 anos prometendo que vai melhorar a economia, a segurança, e não melhorar nada é complicado. Ao mesmo tempo, sou contra a falta de civilização dos manifestantes — analisa Mohammed Yousef, agente de viagens egípcio que trabalha no Brasil, e ficou sem contato com a família durante quatro dias. As comunicações no país foram cortadas e só começaram a ser restabelecidas no sábado. Enquanto isso, o Campeonato Egípcio segue paralisado.
— A expectativa é de que tudo isso ainda dure por mais uma semana. Até lá, acho difícil ter futebol no país — completa Mohammed.
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