Esportes | 24/01/2011 10h40min
Quando atleta, não faz muito tempo, Edemar Antônio Picoli, a exemplo do que ocorre na vida dos técnicos, jamais gozou das benesses da unanimidade:
— A torcida do Juventude sabe bem por que — suspira, num misto de bom-humor, humildade e uma talvez excessivamente rigorosa consciência das limitações como zagueiro do próprio clube.
A partir das 19h30min, no Estádio Cristo Rei, em São Leopoldo, o ex-xerifão raçudo que, se não chegou a brilhar pela virtuose com a bola, sempre conquistou as arquibancadas nas exibições de devoção à camisa, voltará a encarar o julgamento do povo. Agora, como técnico interino contra o São José. Picoli, campeão da Copa do Brasil em 1999, não poderia estar mais satisfeito:
— Para quem se criou aqui dentro, como eu, fica até difícil falar, traduzir em palavras o que isso representa. Mas tudo vem proporcional aqui no Juventude. Até a responsabilidade é maior. E eu gosto disso, gosto de trabalhar com esse tipo de pressão.
No início da tarde de sexta-feira, logo após a demissão de Beto Almeida, a quem auxiliava, ele ficou sabendo que receberia a tarefa de comandar a equipe nas duas partidas seguintes pelo Gauchão. Se o curto período para trabalhar até a primeira já seria complicador suficiente, imagine-se o que esperar da segunda.
— É difícil projetar o Ca-Ju sem saber o que vai acontecer contra o São José. Estou sendo sincero, futebol é muito imediato. Mas, se projetarmos certinho esse primeiro jogo, o Ca-Ju pode até ficar interessante — aposta o catarinense de Caibi, 38 anos, que desembarcou para um peneirão no Jaconi aos 16.
A primeira atividade foi orientada ainda na sexta-feira, apenas com fins regenerativos ou envolvendo mais os jogadores que não haviam atuado na derrota para o Canoas, fora de casa, na noite anterior. Bem diferente do que ocorreu sábado e ontem à tarde. Aí, sim, Picoli realizou dois treinos para encaminhar time.
— Talvez a principal mudança seja de comportamento, atitude. Espero que a gente devolva um pouco de tranquilidade aos atletas e encontre uma maior organização, uma postura de equipe que quer vencer.
Num primeiro momento, o time não deve experimentar mudanças drásticas de escalação ou posicionamento. Se depender da gana do interino, a principal delas poderá surgir na troca do termo para "efetivo".
— Não seria a primeira vez que isso aconteceria. O futebol é muito dinâmico. Mas também é feito de resultado. Vamos nos concentrar neste primeiro jogo e depois ver o que a bola nos reserva – avisa Picoli, com a malícia dos experientes, seja dentro ou fora dos gramados.
Aonde mesmo?
O Zequinha mandará a partida contra o Juventude no Cristo Rei, em São Leopoldo, devido às reformas no gramado do Passo D’Areia, que passará a contar com piso sintético. Como as obras não serão concluídas a tempo do jogo de hoje, o Aimoré cedeu a casa.
PIONEIRO
Picoli (D) comandará o clube pelo qual foi campeão da Copa doo Brasil como jogador
Foto:
Juan Barbosa
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