O vice-presidente do Inter não gostou de saber que o capitão Bolívar disse à imprensa que os jogadores querem disputar o Gauchão para ganhar ritmo para a Libertadores — de acordo com o planejamento da direção, é o time B que representa o Colorado na maioria dos jogos pelo Estadual. Na tarde desta sexta, o dirigente concedeu uma entrevista ao vivo no clicEsportes ao repórter de Zero Hora Leonardo Oliveira, na qual mandou um recado ao zagueiro.

— Não ouvi isto do Bolívar. Cada um tem um papel. O Bolívar é capitão do time, muitas vezes é porta-voz das posições dos jogadores, mas cada um na sua casinha. Estas questões estratégicas são tratadas pela direção do clube com a comissão técnica — disparou o dirigente, que no entanto, ressalta que o time principal vai, sim, disputar o Regional:

— Vamos usar o Gauchão na conveniência na utilidade para a equipe principal: pegar ritmo e ter uma preparação de treino mais incisiva. Vamos usar o Estadual na conveniência da Libertadores.

O argumento dos jogadores colorados é que, jogando, eles estarão mais preparados para a competição continental. Segundo Siegmann, preparação não será problema.

— Se o problema é trabalho, posso dizer que haverá bastante trabalho. Conheço o técnico Celso Roth, e ele já começou hoje com treino em dois turnos. Não tem moleza. Os jogadores estão voltando de férias, e precisam recuperar (a forma física).

Siegmann rebate o argumento de que, jogando no Gauchão, o Inter não repetiria o erro que causou o fracasso no Mundial de Clubes. Ele defendeu o planejamento adotado em Abu Dhabi.

— Não perdemos o Mundial por causa disso. Na realidade, não poupamos nenhum jogador, mas deixamos de nos importar com o mesmo desempenho no Brasileiro quando matematicamente estávamos impossibilitados de ganhar o título e também atentamos para uma realidade: tivemos uma temporada intensa, e alguns jogadores como o Nei e o Guiñazu estavam no limite do exaurimento físico, estando mais suscetíveis a lesões — declarou.