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Mundo  | 19/01/2011 22h40min

O ex-ditador haitiano Jean-Claude Duvalier avisou hoje que não vai deixar o país

Um de seus advogados disse que ele quer desempenhar algum papel na política do Haiti

Luciane Kohlmann  |  luciane.kohlmann@gruporbs.com.br

O ex-ditador haitiano Jean-Claude Duvalier avisou hoje que não pretende deixar o país. Um dos advogados, Reynold George, disse que Baby Doc, como é conhecido, quer desempenhar algum papel na política do Haiti.

Um dia após ser detido e interrogado, O ex-presidente passou o dia no Hotel Caribe, que fica em Petion Ville, um dos bairros mais luxuosos de Porto Príncipe. Dezenas de simpatizantes se aglomeravam em frente ao prédio, aguardando alguma aparição. No início da tarde, Duvalier acenou para o público da sacada do quarto.

Baby Doc surpreendeu a população haitiana ao desembarcar na capital no último domingo, após 25 anos de exílio na França. Seu retorno gerou uma grande polêmica e rumores sobre o real motivo da volta. Nas rádios, opositores afirmam que o ditador está tentando afastar as atenções do processo eleitoral, já que recentemente foi adiado o segundo turno das eleições presidenciais por indícios de fraude.

Na terça-feira (18), ele foi levado ao Ministério Público, para a formalizaçõ do seu indiciamento. Baby Doc é investigado por crimes de corrupção e desvio de dinheiro durante o governo, que foi 1971 a 1986. Os advogador de Duvalier consideram as acusações como uma perseguição coordenada pelo atual presidente René Préval.

Embaixada brasileira

O embaixador brasileiro no Haiti, Igor Kipman, disse nesta quarta-feira que é praticamente impossível Baby Doc voltar o poder nestas eleições. Ele não acredita em instabilidade política em função da presença do ditador. Kipman acha que o resultado das eleições será divulgado na próxima semana, e que o segundo turno deve acontecer em 20 de março.

Apoio nas ruas

Ao andar pelas ruas de Porto Príncipe, é difícil encontrar algum morador que não apoie Baby Doc. Na frente do Palácio Nacional, o jovem Blanc Jise, de 18 anos, passa o dia à espera de algum trabalho ou alguma oportunidade. Ele cresceu ouvindo que no governo de Duvalier o Haiti tinha mais emprego, educação e segurança. Jorge Jeansan, 33, tem a mesma opinião. Depois de perder tudo no terremoto, ele mora sob os escombros da catedral haitiana, e critica a administração de René Préval.

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