Mundo | 17/01/2011 23h36min
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, entregou nesta segunda-feira ao presidente do Haiti, René Préval, o relatório que rejeita o resultado do primeiro turno das eleições presidenciais, realizado no dia 28 de novembro de 2010.
Observadores internacionais detectaram fraude e corrupção durante o processo. O segundo turno, que deveria acontecer no último domingo, dia 16, foi adiado por tempo indeterminado.
O Conselho Eleitoral Provisório havia anunciado, após a apuração, a candidata da oposição, Mirlande Manigat, em primeiro lugar, com 31,3% dos votos. Em segundo, estaria o candidato governista Jude Celestin, que é genro do atual presidente, com 22,5%.
No entanto, a OEA contesta o números oficiais e garante que, com a recontagem dos votos, o candidato popular Michel Martelly é quem deve concorrer ao lado de Manigat no 2º turno.
A decisão sobre o futuro das eleições deve ficar a cargo do Conselho Eleitoral. Como o mandato de René Préval encerra em 7 de fevereiro sem nenhuma definição sobre o seu sucessor, já existe expectativa de que a administração do atual presidente seja prorrogada por mais um período.
Em meio a todas incertezas políticas, o ex-ditador Jean-Claude Duvalier retornou ao Haiti no último domingo, depois de 25 anos de exílio na França. Ao desembarcar no Aeroporto Internacional Toussaint Louverture, em Porto Príncipe, "Baby Doc", como é conhecido, foi recepcionado por cerca de 2 mil pessoas.
A volta do ex-presidente, que governou o Haiti entre 1971 a 1986, não intimidou as Forças de Paz da ONU, que atuam no país desde 2004 para estabilização da paz e manutenção da segurança.
O comandante da Minustah, general Paul Cruz, disse nesta segunda-feira que parece ser apenas uma estratégia política. Segundo ele, hoje há 8.740 militares no Haiti, sendo 2.300 brasileiros. Com todo este efetivo, o comandante não vê qualquer possibilidade ou risco de uma ditadura ser instalada novamente.
— Não há posibilidade de nenhum grupo conquistar o poder ou ameaçar o Estado, ou qualquer outra coisa de mal em função do uso indiscriminado da violência. — disse Paul Cruz.
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