Pode parecer espantoso, mas pensando bem, é compreensível. O Liverpool, adversário do Grêmio na pré-Libertadores, dias 26 de janeiro e 2 de fevereiro, adorou a ideia de enfrentar Ronaldinho. Em tese, fica mais difícil. Mas o pensamento deste modestíssimo clube da periferia de Montevideo, é outro: ganhar visibilidade e ficar conhecido.no continente.

Claro que os uruguaios querem, e muito, ganhar. Estão treinando dia e noite para isso, das 8h às 20h, com pequenas pausas, na concentração que fica no fica no bairro Paso de la Arena, cuja estrutura é pior do que todos os clubes da primeira divisão gaúcha.

Só que enfrentar o Grêmio com Ronaldinho tem outra dimensão. As imagens dos jogos irão para o mundo todo, e lá estará a camiseta do Liverpool como parte da festa. Conversei com jogadores, funcionários, o técnico Eduardo Favaro: é este o sentimento, com o adendo de que eliminar o Grêmio de Ronaldinho seria o maior feito da história do clube, fundado em 1915. Uma espécie de Maracanazo do Liverpool uruguaio.

– Ajudaria nesta parte, sem dúvida – diz o assessor de imprensa Fernando Gonzalo.

– Puxa, seria um barato jogar contra ele. Um dos caras nos quais me espelhei para cobrar faltas é ele – suspira o meia-esquerda brasileiro Murilo, que veio do Iraty.

– Melhor que ele jogue. Se conseguirmos vencer, faremos historia – sorriu Fabián Diníz, um dos preparadores físicos.

– Vamos marcá-lo, ora. Sabemos da excelência do seu futebol, mas vamos marcá-lo. Será um momento importante para todos – resume o capitão Macchi, 36 anos.