As lembranças de dor que ficaram do pesadelo de Abu Dhabi ainda ecoam na vida do Inter.

Soube que a Reebok, fornecedora de material esportivo no Beira-Rio, havia produzido oito mil camisetas com a frase "bicampeão do mundo" às costas.

Venderia como água se o resultado fosse o mesmo de 2006, é claro. Não foi o caso, como se sabe. A história imaginada pelo Inter ruiu diante do Mazembe.

Em tempo: o uniforme usado no Mundial é um dos mais bonitos da história recente do clube. É a impressão que colhi junto aos colorados com quem conversei desde o malogro dos Emirados Árabes. Concordo com eles.

Seria amadorismo abandoná-lo por conta da derrota, entrando naquela conversa de azar e sorte. O uniforme todo branco era maldito e virou santo no título mundial de 2006, sobretudo depois da final contra o Barcelona.

Tenho a informação de que o uniforme do Mundial de 2010 será usado no Gauchão pelo time B. Boa ideia. O Inter fez aquele fiasco diante do Mazembe por conta de seus próprios erros. Faltou futebol. Só faltava colocar a culpa no fardamento. Até como brincadeira ficaria constrangedor uma atitude assim, para um clube da dimensão do Inter.

Talvez com todos os patrocinadores contemplados nos espaços do uniforme — em Abu Dhabi só era permitido o "master", no caso o Banrisul — ele não fique tão limpo.
Mas não há motivo para mudar.

O uniforme, bem entendido. Não há motivo para mudar o uniforme. No futebol, há muito por fazer no Inter para 2011.