Que Celso Roth esbraveja e cobra à beira do campo ou no vestiário os colorados todos já sabem. Nem é muito difícil de perceber, pela energia despendida. Mas treinar voo é inédito. Foi assim nas longas 16 horas de viagem até a terra da aventura árabe rumo ao bi do mundo: blindagem dos jogadores na primeira classe.

Roth treinou até o voo do Inter para Abu Dhabi. E ai do jogador que circulasse entre os torcedores que lotaram o voo charter. DAlessandro, por exemplo. A certa altura, precisou falar com Mathias, seu empresário. Mathias estava na classe econômica, no segundo compartimento do Airbus A330-300 da empresa portuguesa Hifly. Uma distância relativamente curta o separava dele. Então, o camisa 10 traçou um plano, executado com o talento e a rapidez do seu drible famoso, o La Boba.

Primeiro, reconheceu o terreno, por uma fresta da cortina que delimitava a primeira classe. Dali, percebeu que os jornalistas estavam lá atrás, não por acaso afundados no terceiro e último naco de assentos, na traseira do avião. Se o avistassem – como de fato aconteceu – não conseguiriam alcançá-lo a tempo. Especialmente porque os dois corredores estavam bloqueados por colorados de turbantes em pé. Eles, os colorados de turbante em pé, ora entoavam gritos de guerra da Popular, ora sambavam ao som do cavaquinho.

Também cantaram o hino do Inter, entre outras peripécias. O que fez D’Ale? Reconhecido o terreno favorável, zuniu de pés descalços em direção a Mathias. Conversou com ele um minuto. Quando os fotógrafos conseguiram se desvencilhar do bloqueio humano, era tarde demais. D’Ale já ultrapassava a cortina de onde traçara o plano de mestre.

Ao lembrar uma piada de mau gosto de 2008, o técnico Celso Roth vetou uma seção de fotos dos jogadores do avião. Saiba o que o treinador recordou na reportagem completa na edição desta quinta de Zero Hora.

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Vídeo: Guerreiros colorados rumam para Abu Dhabi