Um antigo rival do Grêmio torna-se um aliado na causa tricolor desta quarta-feira. Jorge Luís Burruchaga, o algoz da Libertadores de 1984, estará na mesma torcida que Renato Portaluppi para que o Independiente reverta hoje os 2 a 0 do Serra Dourada e coloque o Grêmio na competição em 2011.

Autor do gol do título de 84, no jogo de ida, no Olímpico, e do gol que deu à Argentina a Copa do Mundo de 1986, no México, sobre a Alemanha, Burruchaga assistirá ao jogo pela TV. Ontem, o meia-atacante argentino conversou com ZH em Buenos Aires e mandou um recado aos gremistas: "confiem no Independiente para que possamos comemorar juntos mais tarde".

ZH – Que recordações o senhor tem da final da Libertadores de 84 contra o Grêmio (o Independiente foi campeão ao vencer o jogo de ida, no Olímpico, por 1 a 0, com gol de Burruchaga, e empatar o da volta em 0 a 0)?

Burruchaga – As melhores possíveis, não apenas pela vitória, mas pelo reconhecimento dos brasileiros. Ora, o Grêmio tinha um timaço, era o campeão da Libertadores e do Mundial, tinha Renato, um atacante fantástico, que sempre admirei, e a liderança de De León. Fiz o gol da vitória e fomos aplaudidos pelos gremistas após o jogo. Aquilo me emocionou muito. Lembro de Porto Alegre com carinho até hoje. Aquele jogo foi o meu Maracanazo particular. Mas naquele tempo a Libertadores era diferente, mais difícil, não é como hoje com todas as nossas grandes estrelas jogando na Europa.

ZH – E agora Independiente e Grêmio estão lado a lado.

Burruchaga – Assim é o futebol, é mágico por estas coisas. O inimigo de ontem é o amigo de hoje. Tomara que os gremistas façam muito pensamento positivo e que, após o jogo, possamos comemorar juntos. O Grêmio será bem-vindo à festa do Independiente.

Burruchaga ainda falou sobre as chances do Independiente e do Goiás, lembrou momentos marcantes da carreira e falou sobre o que vem fazendo atualmente. Confira os principais trechos da conversa na edição desta quarta de Zero Hora.