O paulista Diego Clementino, 26 anos, não precisou de mais de dois meses para merecer dos torcedores do Grêmio o mesmo carinho dedicado a nomes de expressão, como o goleiro Victor e o atacante Jonas. Desde sua chegada, em setembro, como um então obscuro reforço garimpado no América-MG, ele soube usar bem os 148 minutos em que esteve em campo. Com quatro gols, virou talismã.

Diego, cujo contrato se estende até dezembro de 2011, é daqueles jogadores de quem o torcedor sempre espera uma solução em momentos complicados. Também era assim com o ponteiro-esquerdo Jorge Veras, um cearense que ganhou a estima da torcida pela frequência com que fazia gols em Gre-Nais no final da década de 80. Ou Renato Sá, atacante catarinense que começava como reserva e dava nova dinâmica ao time quando chamado.

O talismã nem precisa fazer gols ou mesmo participar de sua construção. Nos anos 90, o volante André Vieira virou queridinho pela energia empregada nos jogos do Banguzinho, o time reserva que ganhou o Gauchão, enquanto Felipão preservava os titulares para a Libertadores. Os mais supersticiosos viram na ausência de Vieira na lista dos jogadores que viajaram ao Japão para o jogo contra o Ajax a causa da derrota no Mundial.

– Prefiro não falar que sou um talismã. Se outros quiserem falar, tudo bem, não ligo – diz Diego Clementino.

O técnico Renato Portaluppi saboreia a glória de ter sido o responsável pela indicação do atacante. Ontem, lembrou do espanto que o nome do jogador provocou entre jornalistas e torcedores ao ser contratado. Sem opções na Série A, o Grêmio viu-se obrigado a buscar alternativas na B.

– Na hora, falei que era o responsável. Eu já o observava no América-MG e tinha certeza de que poderia corresponder – diz o técnico.

Renato brinca ao dizer que os elogios não podem ser exagerados. Deixa claro que a estrela do grupo segue sendo ele próprio.

– Talismã? Daqui a pouco vão achar que é um craque. Menos, menos. Não é um Renato Gaúcho – sorri.