Polícia | 12/07/2010 20h54min
Um novo depoimento do adolescente, primo do goleiro Bruno, pode complicar ainda mais a situação do atleta. Nesta segunda-feira, o jovem afirmou que jogador e a mulher, Dayanne de Souza, estavam no sítio quando Eliza chegou.
Em especial, saiba quem é quem e entenda as versões apresentadas
Na versão dada à Promotoria da Infância e da Juventude do Rio, segundo o G1, o adolescente conta que Luiz Henrique Romão, conhecido como Macarrão, disse que eles iriam pegar Eliza porque ela "estava dando muita aporrinhação para Bruno por causa do filho que dizia ter com o goleiro".
Eliza teria sido levada para a casa de Bruno, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, e que ficaram lá por dois dias. Ainda de acordo com o adolescente, ele, Macarrão, Eliza e o bebê seguiram para o sítio de Bruno na segunda-feira. O goleiro teria chegado ao local no mesmo dia, à tarde, e ficado lá até quarta-feira.
No depoimento ao Ministério Público, o menor afirmou que a mulher de Bruno já estava no sítio quando eles chegaram. No entanto, ele não diz se o goleiro e Dayanne estavam no sítio no momento que Eliza foi morta.
A nova versão do depoimento dá conta de que "Bola" — o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos — aplicou a gravata em Eliza e Macarrão amarrou as mãos da mulher. E não o policial, como na primeira declaração à polícia.
Polícia insistirá em interrogar suspeitos de matar Eliza
Diante da resistência dos suspeitos pelo desaparecimento de Eliza Samudio em prestar declarações, a Polícia Civil de Minas Gerais vai usar a estratégia de tentar "cansá-los" com técnicas de interrogação.
Para avançar na investigação, a polícia pretende promover uma acareação entre os primos de Bruno, para esclarecer divergências nas versões apresentadas nos depoimentos dos dois.
Juiz autoriza transferência do adolescente
O juiz da Vara da Infância e da Juventude de Contagem, Elias Charbil Abdou Obeid, encaminhou na sexta-feira um pedido para que o menor — que cumpre internação no Rio — seja transferido para Belo Horizonte.
O advogado dos suspeitos disse que iria impetrar também nesta segunda-feira uma ordem de reclamação no Supremo Tribunal Federal (STF) para ter acesso ao inquérito e acusou os delegados responsáveis pelo caso de adotar uma "estratégia policialesca".
— Quero, inclusive, atestar a legitimidade e a legalidade do depoimento prestado por esse menor (o primo de Bruno, que relatou que Eliza teria sido morta na casa de Bola pelo ex-policial). O Estatuto da Criança e do Adolescente é claro. Um depoimento desse quilate só pode ser colhido na presença de um responsável legal.
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