| 12/07/2010 07h54min
O goleiro Bruno e os outros suspeitos no desaparecimento da jovem Eliza Samudio devem ser ouvidos nesta segunda-feira pela polícia de Minas Gerais em Belo Horizonte. O advogado do atleta também entrará com um pedido de habeas corpus à Justiça.
Seis pessoas prestarão depoimento hoje: Bruno, Macarrão, o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, e outros três envolvidos, que estavam foragidos. Os presos ficaram incomunicáveis no fim de semana, não puderam ver televisão ou tomar banho de sol.
Acareação
A Polícia Civil mineira quer promover uma acareação entre os primos de Bruno, um adolescente e Sérgio Rosa Sales, para esclarecer divergências nas versões apresentadas pelos dois em depoimentos sobre o desaparecimento de Eliza.
Um pedido de transferência do adolescente para Belo Horizonte deverá ser feito ao juiz Marcius Ferreira, da Vara da Infância e da Juventude do Rio de Janeiro. O adolescente, cujo depoimento deflagrou a prisão de Bruno e outros suspeitos, foi detido semana passada na casa do goleiro, na Barra da Tijuca.
Ele chegou a ser transferido para a capital mineira, mas retornou ao Rio e permanecia internado no instituto para menores infratores Padre Severino.
Caso a transferência não seja autorizada, policiais de Minas deverão seguir para o Rio com Sérgio, onde poderá ser feita a acareação.
Entre as informações conflitantes nos depoimentos, está a participação de Bruno no crime. O adolescente isenta o goleiro de envolvimento com o suposto sequestro, tortura e morte de Eliza. Já o depoimento de Sérgio indica que Bruno sabia e participou dos fatos, estando presente no local do crime. Ele, inclusive, teria questionado o goleiro sobre as implicações do homicídio.
Os delegados responsáveis pelo inquérito pretendem nos próximos dias colher o depoimento de Bruno e outros principais suspeitos, como o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apontado como o autor da execução e ocultação do cadáver, e Luiz Henrique Romão, o Macarrão.
Os depoimentos são considerados fundamentais para a elucidação do caso e novas diligências em busca do corpo da vítima.
Perícias
A expectativa é que durante a semana sejam também divulgados dados periciais importantes para a investigação. O Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Civil procura evidências do crime analisando a movimentação da Range Rover de Bruno, por meio de dados já requisitados do GPS do veículo.
O primeiro mapeamento enviado por uma seguradora paulista não constava o período de 1º a 8 de junho, o que levou a polícia mineira a fazer nova requisição.
As informações são mantidas sob sigilo, mas a análise do GPS indica que caminhonete de Bruno circulou pelas cidades de Esmeraldas, Betim, Ribeirão das Neves e Contagem, todas na região metropolitana, no dia 9 de junho, data em que a polícia acredita que Eliza tenha sido assassinada.
Com o relatório, será possível verificar o trajeto do veículo no período investigado e o tempo em que ficou em cada local.
— Essas cidades são muito próximas umas das outras — observou o diretor do IC, Sérgio Ribeiro.
— Não temos os dados ainda — completou.
O instituto também deverá finalizar a perícia no Citröen de Bola, onde foram encontrados vestígios de sangue, e em um EcoSport que teria sido usado para levar o grupo ao local do assassinato. Em busca de provas, o IC analisa ainda o conteúdo do laptop utilizado por Eliza. Durante o fim de semana, os trabalhos de investigação da polícia foram mantidos em segredo e praticamente não houve movimentação no Departamento de Investigação, na Capital.
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