Ficaram famosas as cuecas viradas preparadas pela mãe do assistente de arbitragem Altemir Haussman, quando ele contou, no embarque para a Copa do Mundo, que estava levando na bagagem as guloseimas da dona Alzi Haussman. Nesta terça-feira, no retorno da África do Sul, dona Alzi foi pessoalmente ao Aeroporto Salgado Filho com uma cesta cheia dos célebres doces. Tão logo pisaram no saguão, Altemir e Carlos Simon foram alcançados por Dona Alzi e provaram, diante das câmeras, as cuecas viradas.

Questionado pelos repórteres sobre a família e o trabalho bem feito, Altemir tentou responder:

— O componente número 1 é o carinho... — começou, engasgou e desatou a chorar, ele que desembarcou vestindo uma camiseta com a foto da família e com uma bandeira da sua cidade, Estrela, cobrindo a bagagem.

Mesmo em lágrimas, não se negou a continuar dando entrevista. Falou sobre o sucesso obtido pelo trio brasileiro, completado pelo paranaense Carlos Braatz, nos jogos em que trabalhou (Inglaterra 1x1 Estados Unidos e Gana 0x1 Alemanha), sobre o apoio da família e a angústia vivida diariamente na espera da escala de jogos.

— São 20 anos de muito trabalho. Estou muito tranquilo. Sempre me dediquei, nunca rodei num teste físico, criei cabelos brancos por lutar pela regra do jogo, este fair play que eles tanto pregam. E agora estou aqui, em casa, para assistir às semifinais e à final.

E admitiu a frustração por não ter participado de um jogo das fases finais:

— Só fica triste quem se dedicou 100%. Quem se dedicou 99% sabe que esse 1% poderia ter feito a diferença. Como eu me dediquei 100%, com toda a sinceridade, afirmo que esperava um pouco mais de reconhecimento. Regressamos com dois jogos bem feitos, e regressamos talvez justamente por termos feito dois jogos perfeitos.