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 | 02/06/2010 13h29min

Com carinho da torcida, Simon e Hausmann embarcam para a Copa

Assistente de arbitragem admite pavor pela importância da missão

Amauri Knevitz Jr.  |  amauri.knevitz@zerohora.com.br

Malas embaladas, cuias de chimarrão e erva-mate guardadas, check-in feito, Carlos Simon e Altemir Hausmann partiram rumo ao setor de embarque do Aeroporto Salgado Filho. Demoraram muito mais que o normal para percorrer o caminho. Foram interrompidos por torcedores que queriam cumprimentá-los, tirar fotos, desejar sorte. Era o dia de celebridade do árbitro e do assistente que partiram no início da tarde desta quarta-feira para Pretória, na África do Sul, onde apitarão na Copa do Mundo.

— É este afeto que nos dá energia para representar o nosso Estado com o maior respeito — disse Simon.

Hausmann não escondeu a surpresa e foi além:

— É a primeira vez que experimento isso. Confesso que estou apavorado. Eu moro em cidade pequena e não tinha noção do que a gente representa. Chega a dar um arrepio, porque a expectativa que as pessoas colocam em cima da gente é muito grande, e também um sentimento estranho de responsabilidade — afirmou.

O gaúcho de Estrela trabalhará em uma Copa pela primeira vez. Em 2006, Hausmann chegou a viajar para a Alemanha, mas ficou como suplente. Em Guarulhos, os dois se juntarão ao assistente Roberto Braatz, que completa o trio de arbitragem brasileiro.

— Para matar a saudade de casa, estou levando chimarrão, as cuecas-viradas da minha mãe, e alguma receita para fazer lá porque a comida é um pouco diferente. Não posso falar muito alto, mas estamos levando um kit feijoada para fazer lá, para mostrar a cultura brasileira — sorri o assistente.

Para Simon, porém, o clima é de despedida. No último ano da sua carreira, vai para seu terceiro Mundial.

— Maravilhoso sair pela porta grande, em uma Copa do Mundo. Tenho a possibilidade de apitar até dezembro, mas ainda vou decidir se continuo apitando depois da Copa. Recebi muitas homenagens no último mês e estamos todos em ótima forma — declarou.

Os brasileiros ainda não sabem em quantos jogos vão trabalhar, porque a escala de arbitragem para a Copa ainda não foi anunciada. Entre dos torcedores que os assediaram no aeroporto, um deles fez um pedido curioso: "só não apitem a última partida". Como o árbitro não pode comandar jogo envolvendo a seleção do seu país, se o Brasil estiver na decisão, eles não terão a honra de apitar uma final de Copa do Mundo. Simon garante que vai torcer para o time de Dunga mesmo assim:

— Quando a Seleção Brasileira entra em campo, com aquela camisa amarela, é de arrepiar. Estaremos todos na torcida, junto com a família.

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