A cena do zagueiro e capitão da Itália Fabio Cannavaro levantando a taça pela conquista da Copa do Mundo de 2006, para delírio dos italianos, percorreu o mundo e ainda está muito viva na lembrança de muitos. Atualmente, no entanto, o zagueiro considerado pela Fifa o melhor jogador daquele ano é hoje um dos mais contestados do grupo.

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Aos 36 anos, o zagueiro tem o título de mais experiente da seleção italiana, não só na idade, mas também em jogos: passou dos 130. Mas justamente por isso – e pelo futebol que vem apresentando nos últimos anos –, as críticas não cessam.

Cannavaro já não estava na sua melhor forma quando foi convocado por Marcelo Lippi. O treinador, aliás, recebeu um caminhão de críticas por manter uma seleção que, segundo a imprensa italiana, é velha demais.

– Todos dizem que estamos velhos, mas ninguém quer nos encarar – disparou nesta quarta o zagueiro.

No segundo jogo da Itália na África do Sul, Cannavaro falhou no gol da Nova Zelândia, reabrindo o caminho para as reclamações.

– O problema não é a zaga, o time todo é responsável pela marcação – argumenta Lippi.

Tirar a culpa de Cannavaro tem sido um trabalho para todos os seus companheiros.

– Ele foi criticado injustamente – diz o lateral Zambrotta. – Nossa defesa sempre foi a força da seleção.

O zagueiro já avisou que vai largar a seleção após o Mundial, mas não pensa em deixar o futebol. O que ele não quer é se despedir precocemente da Copa.

– Seria uma vergonha sermos eliminados na primeira fase – conclui Cannavaro, na véspera do jogo decisivo contra a Eslováquia, no Ellis Park, em Johannesburgo.