Esportes | 15/10/2009 03h32min
O que é a tal cara do Grêmio? Ela praticamente nasceu com o clube e é evocada por dirigentes e torcedores a cada derrota do time de Paulo Autuori. A novidade é que o técnico reúne admiradores tanto quanto críticos, apesar do aproveitamento inferior a 50%.
Conselheiro do clube, Alfredo Oliveira, 66 anos, o Carioca, lembra que desde a época de Lara, Foguinho, Luiz Luz e Luiz Carvalho a marca do Grêmio é o inconformismo diante da adversidade.
– Autuori destoa disso. É um técnico passivo – diz Carioca.
Não são poucas as pessoas que comparam Autuori a Evaristo de Macedo, campeão da Copa do Brasil em 1997. Os dois não têm o temperamento de Luiz Felipe Scolari, por exemplo. Ainda assim, são participativos, segundo opinião do ex-presidente Luiz Carlos Silveira Martins, o Cacalo.
– O fato de ser educado e ter ideias não quer dizer que não tenha a cara do Grêmio. Não é preciso ser carrancudo ou mal-humorado – opina o jornalista José Antônio
Pinheiro Machado.
A crítica mais severa é
do ex-conselheiro Nelson Olmedo, 65 anos. Para ele, Autuori não sabe armar o time para jogos fora de casa, em que o empate, teoricamente, favorece. Algo que Telê Santana, com quem Olmedo trabalhou no Grêmio em 1977, sabia fazer, apesar de também privilegiar a técnica:
– Autuori não tem a cara, joelho nem o pé, não tem nada. A cara do Grêmio é a transpiração. Raramente foi inspiração.
Apesar das contestações, não há possibilidade de Autuori ser demitido. Luiz Onofre Meira lembra que, ao contratá-lo, o Grêmio projetava um trabalho de longo prazo. O diretor de futebol suspeita que os torcedores que hoje criticam Autuori sejam os mesmos que contestavam Celso Roth no ano passado.
– Atendemos o pedido e hoje ele (Celso Roth) está no G-4. Não vamos agir com imediatismo – diz Meira.
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